Óbidos - Pará - Origem, Localização, Nascimento ...
LOCALIZAÇÃO PRIVILEGIADA E ORIGEM
Cidade histórica situada no interior do Estado do Pará, na margem esquerda do rio Amazonas, distante por via fluvial 1100 km da capital Belém.
Na altura da cidade de Óbidos, o rio Amazonas é mais estreito, formando a “Garganta do Rio Amazonas” com aproximadamente 2 km de largura e 100 m de profundidade.
Inicialmente, foi colonizada por portugueses, que lhe legaram um patrimônio histórico: monumentos, sobrados, casarios e, graças a essa formação geográfica, duas fortalezas para proteger a Amazônia dos invasores.
Devido à posição privilegiada da cidade, em 1697, o General Antônio Albuquerque Coêlho de Carvalho determinou a Manoel Mota e Siqueira a substituição da construção do Forte Itaqui, que estava se iniciando em região próxima a vizinha cidade de Santarém, por outro forte na região da Garganta do Rio Amazonas.
Assim, surgiu o Forte Pauxis, nome dado por influência da tribo de índios Pauxis, que vivia nas cercanias daquele núcleo militar.
A questão de segurança da região exigia a criação de comunidade na região do forte. Para tal, Mota e Siqueira convocou padres capuchinhos, que trabalhavam junto aos índios desde 1663. Surgia a Aldeia dos Pauxis
NASCIMENTO DE ÓBIDOS
Óbidos tem sua origem na Aldeia dos Pauxis e no Forte Pauxis.
Foi só em 25 de março de 1758, com a chegada do Governador da Província do Pará, Mendonça Furtado, que outra aldeia vizinha foi incorporada à Aldeia dos Pauxis, elevando-a a condição de vila. Assim surgiu a Vila de Óbidos, cujo nome, como tantas outras cidades da Amazônia, tem inspiração em nome de vila portuguesa já existente.
Em 02 de outubro de 1854, a Vila de Óbidos conquista sua maioridade política e é elevada à condição de cidade.
Assim, nasceu a cidade de Óbidos, que enche de saudades os filhos emigrantes e aqueles que tiveram o privilégio de conhecê-la.
SIGNIFICADO DO TERMO PAUXI
São dois os significados dados à palavra “Pauxis”: originada de “Espaua-Chuy”, ou “Espauchy” - lago dos Pauxis; originada da palavra “Pauicé”, significando Mutum, ave de plumagem negra que dava nome aos tapuias existentes na Aldeia dos Pauxis e que marca o tempo, cantando ou piando de tantas em tantas horas.
ECONOMIA, TURISMO E CULTURA
A base da economia local é a fibra de juta, a castanha do Pará, a pesca, o comércio e o turismo. Sua produção pode ser escoada pelo seu próprio porto que tem capacidade para receber grandes navios.
Sua natureza apresenta inúmeros encantos naturais: várzeas, restingas, igapós e igarapés de águas cristalinas, como o Curuçambá e a pesca esportiva no Mamaru.
As principais atrações de sua arquitetura são as construções do século XVII, destacando-se alguns casarios, o Forte Pauxis e as ruínas da Fortaleza Gurjão.
Sua cultura é muito rica.
Na cultura obidense estão presentes: a mitologia amazônica; as artes plásticas; e a música. Nesse ventre cultural foram geradas expressões da literatura nacional como José Veríssimo e Inglez de Souza.
A alegria da fé da religiosidade do povo tem sua expressão maior na festa da padroeira, Nossa Senhora de Sant’Ana, no mês de Julho, ocasião em que são feitas inúmeras apresentações folclóricas, entre elas o boi-bumbá e a garcinha.
MISTÉRIOS DA MÃE PAUXI
Quais mistérios dessa cidade, quais razões de tantas saudades?
São: os encantos naturais; o patrimônio histórico e cultural reforçados pela hospitalidade e o calor humano obidense; a sinfonia dos rios caudalosos; a tradição das lendas; a bravura herdada dos canoeiros, castanheiros, seringueiros, vaqueiros, pescadores e lavradores; a sabedoria de curandeiros e pajés; e o perfume de piprioca das cunhatãs.
“Mamãe Pauxi” é essa saudade. São rimas da autoria de nossa esperança de que fomos escolhidos, para expressar esse sentimento dos que conheceram e se encantaram por Óbidos.
“Mamãe Pauxi” são, também, rimas pela saudade de um pai de sangue pauxi.
“Mamãe Pauxi
Debruçada no verde da ribeira,
na garganta barrenta do Rio-mar,
dos pauxis foi a aldeia
e dos colonos, núcleo militar.
Fértil no verde das florestas,
farta no barrento dos rios,
alegre no colorido das festas
e feliz no riso dos filhos.
Pauicé – Mutum, cantou as horas,
Índia velha as lendas, contou,
filho-caboclo fez a história
Iara ou boto, tantos encantou.
Sentinela do Norte, Cidade Presépio,
ancorada na alma do Rio-mar,
impotente, assiste ao mistério
de ilhas e lendas o rio arrastar.
Teus filhos, de qualquer lugar,
sentem teu perfume de patichuli,
dançam Folião, Sairé e Boi-bumbá
e sonham voltar à Mãe Pauxi;
e sonham voltar à Mãe Pauxi.
ENDEREÇOS RELACIOINADOS
FUNDAÇÃO DE ÓBIDOS – PARÁ
http://www.recantodasletras.com.br/artigos/5985381
PROTAGONISTAS DA FUNDAÇÃO DE ÓBIDOS – PARÁ
http://www.recantodasletras.com.br/artigos/5987284
DE ALDEIA PAUXIS À VILA DE ÓBIDOS
http://www.recantodasletras.com.br/artigos/5992884
PROTAGONISTAS DA ELEVAÇÃO DA ALDEIA PAUXIS À VILA DE ÓBIDOS
http://www.recantodasletras.com.br/artigos/5994358
ÓBIDOS – PARÁ – I
http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/5766414
ÓBIDOS – PARÁ – II
http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/5774266
ÓBIDOS – PARÁ – III
http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/5780884
UM POUCO DE ÓBIDOS – PARÁ
http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/5795399
ALGUNS ATRATIVOS NATURAIS DE ÓBIDOS – PARÁ
http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/5802526