PALCO

Todos esses anos em que subi aos palcos para apresentar músicas sertanejas, sempre na condição de amador, pude perceber o quanto a gente tem o carinho e o respeito de quem está lá na platéia excusivamente para apreciar o que você tem para mostrar. Mesmo amador eu sou familiarizado com os palcos da vida.

Lá, É o único lugar onde você realmente está artista, lider. todas as atenções estão voltadas para você numa condição que te obriga a esforçar e dar o melhor de si, inspirado para valer aquela atenção e não dar margem para que outro te ofusque o briilho de uma apresentação que só depende de você. Assisti agora a pouco pelo you tube umas apresentações do ABBA, BREAD, Ray Charles, e Glen Miller e vi como o público ficava maravilhado com os artistas. E uma magia que emana musicalidade, onde não tendo contato com o público o artista esta num mundo à parte onde ele de uma lado é separado pela música que mantem o público do outro lado, radiante de satisfação. Ás vezes vejo pessoas que não querem a interupção da música por nada para viajarem nela, ou seja o artista é o instrumento da música, e a música é o que ocupa a fantasia das pessoas, numa fantástica sintonia que torna agradáveis aquelas horas de apresentação. quem vai a um espetáculo, como no caso de Roberto Carlos ou Jerry Adriany já se sente bem por saber quem é o artista e por identificar com a canções que ele vai mostrar como se fosse com exclusividade para ele. o que na verdade é mesmo, um verdadeiro show. Quando resolvo apreciar um a artista, constumo ir quando há um público menor para apreciar cada instante sem euforias que não te deixam concentrar direito. Tenho um amigo, violeiro, o Dimas Soares, Betim MG que quando na execução de sua viola, ele se funde e consome um tempo nunca inferior a dez minutos em acordes que levam os que o ouvem a pensar que se passaram alguns segundos. dai que o seu CD, BOAS HORAS, lançado em 2002 é uma joia rara da música típica do Vale do Jequetinhonha. Outro que está preparando coisa boa e o Violeiro Júlio Marques, Santa Luzia MG.

Existiu tempos atrás o Clube ELITE No centro de BH, e eu comparecia lá exclusivamente para apreciar os músicos que em execução de tropetes e clarinetes faziam verdadeiros malabarismos. Eram comparados apenas com os bailarinos que tinham também seus fãs. O Brasil abriga verdadeiros artistas que precisam ser encaminhados aos palcos, em nome da nossa cultura musical.

Um abraço a todos.