ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
A globalização tem levado as empresas, meio que obrigadas pelo rompimento fronteiriço, sobretudo comercial e o avanço tecnológico a se reestruturarem tanto nos aspectos estratégicos quanto gerenciais, para enfrentarem uma verdadeira revolução cívica, de forma competitiva e produtiva, sem poder esquecerem a legitimidade social de sua atuação para com os seus empregados, fornecedores, consumidores, clientes, comunidade, a sociedade e o meio ambiente.
Mesmo com a pressão da acelerada evolução tecnológica, a adequação ao novo contexto não pode fugir dos princípios éticos, e a transparência nos negócios deve ser absoluta, visto ser atributo à boa imagem e reputação das empresas. A atuação deve ser pautada em relações de qualidade que priorize a adoção de padrões de conduta ética que valorizem o ser humano, a sociedade e o ambiente, visualizando a sustentabilidade; ir além das obrigações legais e contribuir para a construção de uma sociedade mais justa.
O tema em questão tem grande relevância nos centros econômicos europeus e americanos, onde é focalizada uma maior integração dos fatores econômicos, ambientais e sociais com as estratégias de negócios das empresas, sendo inclusive instituídos procedimentos e normas certificadoras das empresas socialmente responsáveis.
No Brasil, o tema ainda não tem a atenção devida, apesar da existência, desde a década de 90, de um movimento de valorização da responsabilidade social empresarial, desenvolvido por entidades não governamentais, institutos de pesquisas e empresas sensíveis ao tema. As ações desses vetores, como balanço social, certificação pela ISSO 9000 e 14000, selo empresa amiga da criança, indicadores ethos, têm sido fundamentais no progresso desse tema de grande relevância, pela carência e desigualdade social existente em nosso pais.
No atual contexto, a gestão empresarial precisa sair do foco nos acionistas e contemplar um número maior de partes interessadas. Para serem socialmente responsáveis as empresas necessitam desenvolver ações que proporcionem benéficos a sociedade, empregados, parceiros, meio ambiente e acionistas. Assim sendo, precisam ter auto regularização da conduta, através de compromisso ético estabelecido e cumprido pela alta gestão, com participação de todos os envolvidos e adoção de um sistema de governança corporativa para dar sustentabilidade ao nível de confiança entre todas as partes interessadas.
Além disso, essas ações devem contemplar: transparência com a sociedade, através de boas relações com empregados, concorrentes e divulgação de balanço social; relações com sindicatos, visando solucionar demandas coletivas; gestão participativa, possibilitando o envolvimento dos empregados na solução de problemas e obtenção das metas da empresa; respeito ao indivíduo, valorizando a diversidade e assegurando oportunidades iguais as pessoas; promoção de trabalho decente, através de uma política de remuneração, benefício, carreira, segurança e saúde dos trabalhadores; comportamento ético na política de demissão (quando indispensável), estabelecendo critérios e criando mecanismo redutor de impacto no futuro dos ex-empregados; identificar e gerenciar as possíveis agressões de suas atividades ao meio ambiente e responsabilidade frente as gerações futuras, contribuindo com a educação e conscientização para assegurar a sustentabilidade ambiental.
Ainda no contexto de responsabilidade social, as empresas para serem pró-ativas precisam estabelecer como meta a criação e desenvolvimento de instrumentos, projetos e programas que contemplem ações de cuidados desde a entrada até a saída do processo produtivo, extensivas a todo ciclo de vida de produtos e serviços e que posam contribuir para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental, favorecendo a melhoria da qualidade de vida da sociedade.