meditatio
Prática largamente usada por várias religiões, como a budista e a sufista, a meditação foi empregada nos primeiros séculos do Cristianismo por homens e mulheres sedentos de Deus que se internavam os desertos e montanhas - principalmente na Palestina e no Egito - como alternativa para os descalabros que a institucionalização da fé cristã com o édito de Cosntantino, alçando a doutrina perseguida do Nazareno crucificado à religião principal do Império Romano, estavam trazendo. O silêncio e a meditação das Escrituras (meditatio e lecta divina) era a prática diária desses precursores do monasticismo. A escuta do coração, das paixões e dos pecados pessoais, a vivência total do Evangelho como Cristo pregou, era o objetivo desses bravos cristãos. Como a Igreja Evangélica ( e falo como evangélico) necessita dessa prática hoje! Se cada cristão evangélico se pusesse em silêncio diante de Deus e escutasse as suas paixões, percebendo como ele é impuro e pecaminoso, quem sabe chegasse à prática mais importante da fé cristã, e que abre o Sermão das Bem-Aventuranças: a humildade. E assim passaria a viver mais de perto a sua profissão de fé, deixando de julgar o seu irmão, de tentar tirar o argueiro do olho de seu próximo em vez de tirar a trave que está em seu olho.