Sexualidade e Mitos
Ao trabalhar a temática puberdade com meus alunos adolescente destacaram-se duas preocupações. - Se durante a primeira relação sangra ou não.
Meus pensamentos viajaram para o passado quando na lua de mel o casal tinha que expor o lençol com a marca de sangue para confirmar a virgindade podendo a mulher ser devolvida aos pais se não ocorresse o sangramento.
Explique que existem vários tipos hímem como, o hímem complacente, que tem uma membrana mais resistente e flexível que não rompe na primeira relação sexual, logo não
haverá perda de sangue. E que a vagina é parcialmente coberta por uma pele fina e elástica chamada hímem, que geralmente se rompe na primeira relação sexual.
Quando esse rompimento ocorre no local onde passa um vaso sanguíneo, poderá sangrar um pouco.
A outra questão é a satisfação sexual da mulher e o tamanho do pênis.
Para muito dos homens, tamanho é documento. Eles não querem ficar na média. Quanto maior o órgão sexual, melhor. Principalmente para a auto-estima.
Isto porque tanto homens como mulheres desconhecem que o tamanho do pênis não influencia no prazer.
Estudos científicos mostram que apenas 3 cm do canal vaginal possuem nervos capazes de levar prazer às mulheres. E também é consenso que o orgasmo da mulher não está na penetração. Mas na estimulação do clitóris.
Por não termos conhecimento damos continuidade ao processo cíclico destes mitos os quais podem prejudicar a relação sexual das pessoas, afetar o seu psiquismo e sua própria vida.
Um aluno chegou a relatar um caso perto de sua casa onde um garoto era constantemente zoado de “Piru Pequeno”. Até que um dia não agüentando mais as pressões se enforcou.
Levei os alunos a uma reflexão. As pessoas que zoarão, também são responsáveis por sua atitude?
Outra questão são as operações. Na busca por maiores dimensões, vale tudo. De cirurgias a pesos pendurados no pênis durante 12 horas por dia. Mesmo que as técnicas usadas para engrossar e alongar o membro ofereçam riscos. Em vez de aumentar, o pênis pode diminuir ou até mesmo atrofiar. Segundo Eric Roger Wroclawski, presidente da SBU, os riscos só valem a pena para os homens com pênis extremamente pequenos ou semi-amputados por causa de acidentes ou câncer.
É considerado micropênis aqueles com menos de 7 cm de comprimento quando eretos. Só nesses casos o Conselho Federal de Medicina (CFM) aprova a cirurgia para aumento do pênis, conhecida como faloplastia. A operação precisa da aprovação de uma comissão de ética e deve ser gratuita.
A média do pênis do brasileiro 16 cm e 10% dos homens têm pênis com menos de 12 centímetros de comprimento.
Existem duas técnicas mais usadas para alongar e ou engrossar o pênis.
Não-cirúrgicas onde são usados extensores como o uso de hormônios que estimulam a divisão celular do tecido peniano. Ambos podem causar danos musculares, mudanças na anatomia, modificações na ereção e dores crônicas.
No caso cirúrgico é feita por enxerto de colágeno na parte lateral do pênis, implantação de próteses externas, lipoaspiração na região pélvica e corte no músculo de ligamento do pênis. Neste caso a infecção é o mais freqüente. O paciente ainda corre o risco de ficar com cicatrizes e, com isso, desenvolver fibrose grave. Ela leva o pênis a se retrair, diminuindo muito de tamanho.
Após estas informações mulheres e homens devem refletir e descontruir esses mitos, construindo novos valores em suas relações em busca de satisfações sexuais saudáveis.
Ou vamos continuar sofrendo por algo que não tem nada haver e arriscarmos tudo em possíveis “soluções” de riscos imprevisíveis?
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