O TEMPO
O homem inventou o calendário, determinou os anos, os meses, os dias e às horas, para que o tempo fosse condicionado.
E até ousou pensar, que Deus possui semelhante idéia, mas sendo o tempo implacável é livre de ser um comediante do homem e de sua existência mortal.
O tempo não vive em números, nem em espaços, mas sobre a regência do criador para o controle da criação.
Não tem começo nem fim, mas tece a vibração contínua de causa e efeito no limiar de cada ação; boa ou ruim, pequena ou grande, a que tem, e a que não possui sentido.
O homem se engana ao pensar, que tem o controle do tempo, que pode consumá-lo.
Mais nunca será senhor de si mesmo, quanto mais de algo ilimitado e impetuoso.
O tempo ao contrário do homem é senhor de todo destino,
colecionador de histórias, bem logrado em domínios.
É provedor de virtudes e de dores, de frutos, de flores, de céus, terras, mares e de amores.
Viajante sem rumo e sem direção, restaurador de mentes, do corpo, da alma e do coração.
É também pacificador, unificador, harmonizador de vidas, de forças e de cada sentimento e emoção.
No sol e na lua, o tempo prospera sobre todas as energias.
Caminha parado, voa deitado e aonde quer que esteja nada no tempo pode ser alterado.
Nenhum ser conseguiu detê-lo, nem conseguirá conter suas façanhas, seu contínuo progresso.
Tudo no tempo tem um quê de mistério, revelando verdades, desvendando segredos.
O tempo permanecerá susceptível a evolução e ao etéreo.
Seguirá, compondo poesias, contornando situações, irradiando
harmonia, sobre o espetáculo incomensurável do eterno!
Fim desta, C. Santos 08/05/2003.