Por uma mesma rua...
Na calçada um lenço caído, ao lado restos de fotos rasgadas. Mais adiante posso ver uma fotografia dividida ao meio, de cada lado um rosto, ainda se podia ver o sorriso de quando existia um amor.
Nada mais havia naquele quarteirão sombrio, o vento já tinha incumbido de apagar os rastros de quem por ali havia passado, não se sabia precisar ao certo se foi ele ou ela, só se podia deduzir que por ali havia passado a dor. E em cada esquina com certeza, foram ficando os pedacinhos daquilo que um dia tinha sido a razão de cada um.
Não sei e nem posso ser testemunha de nada, pois não estava la quando tudo começou, mas fiquei triste ao saber que por uma mesma rua onde passa a alegria, também pode passar o desamor.
E agora posso ver que o vento retornou para espalhar o que sobrou, querendo com isto quem sabe dar um fim definitivo, mas eu mesmo sem conhecer os desiludidos, rezo uma breve oração, mas não faço nenhum pedido especial, pois conto com o julgamento que existe nos corações dos dois, porque o mais importante ainda continua retido em cada um, e para recuperá-lo basta apenas um entendimento, e um beijo profundo pode colar de novo todos os bons momentos.