EFEITO "boca pequena"

OPINIÃO:

Basta que paremos um pouquinho para observar o andamento dos fatos na sociedade, que chegaremos à conclusão de que o EFEITO IMPRENSA, nos dias de hoje, tem um papel complexo e até decisivo no desfecho de muitos acontecimentos.

Aqui, embora seja eu uma amadora das letras, emito minha opinião em mera condição de observadora leiga, e sou, óbviamente como qualquer um que ama escrever, partidária da liberdade de expressão, talvez a mais genuína das liberdades.

Mas tal liberdade exige responsabilidade.

E se me questionassem qual seria o papel da imprensa, como leiga que sou, repito, eu arriscaria dizer que é o de, primordial e imparcialmente, informar.

MAs hoje há vários segmentos de atuação da imprensa, e a meu ver, alguns deveras perigosos.

Às vezes não consigo discernir com exatidão se tal jornalista é polícia, detetive, promotor de justiça, advogado, juri popular, juiz, ou teatrólogo! Parece-me que hoje em dia, todas as funções se misturam quando o objetivo é noticiar.

Talvez lhe caberia até o papel de "reú", se levarmos em conta o "dolo' de se manipular a informação, com suas inegáveis consequências catastróficas.

Tenho parado para pensar qual seria o andamento de determinadas ocorrências, se não houvesse toda a parafernália de informações tendenciosas que hoje vemos por aí!

Julgo que muitas pessoas inocentes possam estar pagando o preço, inclusive com suas vidas, pela manipulação dos fatos que alteram o seu destino.

Como se fosse um filme daqueles "efeito borboleta", lembram?

"O que seria disso se não fosse aquilo..."

Na atualidade, tragédias são usadas pela mídia e transformadas em reality shows. Fatos são tidos como moeda corrente, pois o primordial é vender a notícia, a qualquer preço, ainda que manipulada.

Além de informar, e muitas vezes de mal informar, percebo certa tendência em captar audiência a qualquer custo, de formar opiniões equívocadas, de manipular o pensamento das massas, de analisar imperitamente, de teatralizar os fatos, de julgar, de antecipar condenações, antes que as instâncias legais sejam executadas por quem de preparo e de direito legalmente constituído.

Muitas informações são veiculadas desnecessariamente, nada acrescentando à opinião de quem ouve a notícia, mas deveras atrapalhando a decisão de quem realmente tem o dever de decidir.

Apenas joga-se a lenha na fogueira das más intenções, nada embasada na bela arte de bem informar.

Algo lamentável de se ver.

E o pior: Acredito que esteja mais do que na hora de alguém observar e regulamentar o que ocorre.

Não sei, sinceramente, qual seria a solução.

Mas um fato é certo: É preciso consciência e responsabilidade para se fazer jornalismo, seja por qual mídia for.

Porém a imagem articulada à palavra, é sempre algo muito forte, e dificil de retroceder.

Nesse contexto, o que equívocamente for lançado pelo instrumento televisivo, poderá impactar decisivamente , até naqueles treinados para enfrentar situações que demandam perícia e muita tranquilidade.

Hoje em dia, o jeito é rezar para não se cair na boca pequena...da mídia mal intencionada...porque qualquer destino sempre será alterado, ainda que as conduções sejam técnicas.

Deixo à parte deste meu texto, a minoritária exceção daqueles que cumprem o seu papel com arte e respeito, o que deve reger o exercício de qualquer seguimento profissional.