O TOMBO NEOLIBERAL
Certa vez, uma pessoa aqui do recanto criticou-me por eu ter idéias com “sabor de comunismo”. Inclusive fez deselegantes críticas pessoais, isso somente reforça o que eu já havia constatado em seus escritos; um reacionário, liberal, com um texto recheado de lugares-comuns e manchetes sensacionalistas. Este camarada diz ser colunista de um jornal em alagoas. Não me espanta. Se revistas de circulação nacional e jornais de grande expressão têm o maior número de jornalistas defensores do Estado liberal por metro quadrado da América Latina, o que esperar de um pretenso colunista de um jornal lido por ninguém?
O tombo neoliberal que estamos assistindo neste exato momento vai configurar a economia durante longos anos à frente. E por que tombo neoliberal? Um dos papas do neoliberalismo, Alan Greenspan, afirmou “Errei ao pensar que o mercado se auto-regularia”. Isso não foi dito por um colunista do interior de um país periférico, mas pelo ex-presidente do FED, o Banco Central da até agora, maior potência mundial. O que dirão os minúsculos neoliberais tupiniquins?
O que dirão sobre a necessidade do Estado ter que injetar uma quantidade astronômica de dinheiro para salvar banqueiros falidos? Ora, a “mão invisível” não atuará para salvar estes fanfarrões? A intervenção do Estado somente é bem-vinda neste caso? Por que alguns cínicos da classe-média reclamam da ajuda que o governo dá aos esfarrapados da nação? Assistencialismo? Qual é o adjetivo que iremos usar para qualificar a ajuda do governo aos banqueiros falidos?
Gostaria que os liberais respondessem a estas questões. Talvez o “sabor do comunismo” será muito mais palatável do que o gosto amargo que esta crise mundial deixará em nossas bocas. Isso se houver alguma coisa para colocarmos dentro destas.