uma nova democracia 2

As eleições estão chegando ao fim. E o que ela trouxe ou está trazendo de novo eu não sei, mas não acredito que os municípios com suas câmeras de vereadores serão muito diferentes do que têm sido nestes últimos anos. Tento imaginar o que se passa na cabeça de quem foi ou está sendo eleito e me sinto como se estivesse entrado num túnel misterioso e sem significação. Nos últimas décadas o idealismo foi substituído pelo individualismo, o sentimento nacionalista pelo corporativismo, e a voluntariedade que nunca foi muito rica hoje está praticamente suprimida pela mesquinharia dos interesses partidários.

Não sou socialista, mas por outro lado nunca morri de amores pelo capitalismo e sua propalada liberdade de mercado, acho ambas forças decadentes e sem revisão. Mas é inegável que essas duas formas de governo ainda são uma forma de referencia, pois nenhuma outra caminhou até agora em direção a algum tipo de construção. Ainda assim é difícil saber o que alguém do PFL pensa do futuro caso consiga chegar à presidência só para citar um exemplo. Tudo hoje no Brasil se resume a uma corrida desenfreada por siglas sem valor político em busca de benefícios intermináveis.

Os idealistas de hoje devem transcender capitalismo e socialismo sem esquecer a importância deles, devem questionar e discutir, e não devem ter medo de botar a cara a tapa. Chega de gente que tem medo de rever suas velhas idéias e isso vale tanto para comunistas de plantão quanto para essa gente que acha que o Brasil deve ser governado pelos aventureiros de Wall Street. Só assim é possível amadurecer e ganhar força para mudar a sociedade.