Sistema carcerário

 

            Gostaria de levantar um tema sabendo ser muito complexo e causar diversas interpretações diferentes, mas acredito ser um ponto de reflexão que é o sistema prisional brasileiro.

            Há unanimidade quando se diz que o sistema carcerário está falido e também é uma faculdade do crime. Talvez se fosse passado por uma avaliação como ocorre no ensino brasileiro estaria classificado como A (ótimo).

            O sistema ao invés de cumprir um de seu papel que é a reeducação, apenas cumpre o de tirar a pessoa do meio social e transformá-lo em animal acuado e raivoso, para que depois de alguns anos retorne a sociedade para vingar-se dela.

            Todo aquele que comete um crime deve receber as penalidades da Lei de forma exemplar. No entanto, deve ser trabalhado para sua reinserção na sociedade, de maneira que possa não se reincidir novamente. Mas vemos ocorrer o contrario, os presos são colocados todos juntos independentes os crimes cometidos e mesmo a periculosidade dos mesmos, os que acabam sendo separados são aqueles que comentem crimes de violência contra o pudor e os que possuem curso superior, o restante são colocados todos juntos.

            O que podemos então observar é que, para os criminosos profissionais ser preso é algo natural de como é o sistema carcerária, já estão acostumados com a realidade carcerária, sabe como funcionam tanto os agentes carcerários, o sistema prisional. Enfim, como é o dia a dia na prisão. Portanto, o sistema como está, para estes é normal.

            No entanto, para outros que cometem crimes e são primários sabendo de como é o sistema prisional preferem morrer que se entregarem, pois, o próprio medo de serem presos é suficiente para tomarem atitudes extremas.

            É importante que entendamos que há crimes e crimes. Neste sentido questionar o sistema prisional não é defender bandidos, mas sim, separar uma situação de outra. É simplesmente ser consciente e refletir na importância da reeducação dos encarcerados para que, ao regressarem a sociedade possam de fato ter aprendido a lição, e assim, suas saídas não significarem para nós mais um bandido na rua. E que, a pessoa ao cometer um ato penal saiba que irá pagar pelo seu ato, mas não estará apenas entrando num processo de morte progressiva. Entre morrer lentamente dentro de uma prisão há aqueles que preferem abreviar sua morte, porém levando outros consigo.

            O que leva muitas vezes as pessoas não cometerem atos ilícitos, não é o desejo de não fazê-lo simplesmente porque são pessoas honestas e de certa educação, mas sim, o medo de serem presos. No entanto, para muitos ao cometerem um crime o futuro se acabou e, entre morrer numa sela, abrevia-se sua morte suicidando-se e levando outras juntas.

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 19/10/2008
Reeditado em 19/10/2008
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