Em Quem Eu Votei

Durante a campanha política cheguei a um bar e antes mesmo de conseguir um copo de cerveja alguém me aporrinhou perguntando: “E ai, você é 15 ou 22?” Não me preocupei em responder... Se ao menos a pessoa tivesse perguntado minha opinião sobre algum projeto eu me animaria com a conversa.

Durante os últimos meses vimos os candidatos exaltados sorrindo e acenando para todos nós. Eram homens e mulheres distribuindo apertos de mãos e tapinhas nas costas, enquanto enchiam nossas cabeças com pedidos e promessas. Pareciam artistas “pop” no auge do sucesso momentâneo. Eles surgiram após quatro anos, onde tudo continuou mais ou menos no mesmo ritmo, com seus discursos onde tentaram dizer tudo que queríamos ouvir. Agora eles estão de volta a suas tocas, alguns tristes por terem perdido e outros feliz com o empregão que lhes conferimos.

Mesmo buscando filtrar as informações que preciso acabei ouvindo discursos; sinto náuseas quando escuto todos aqueles projetos sem entender e discutir como eles realmente podem ser implementados. Admito: Sou burro demais para compreender promessas eleitoreiras!

Algumas pessoas surgiram junto com os candidatos em meio ao povo durante esses tumultuados dias. Essas vibraram e xingaram como torcedores desesperados na final de uma copa do mundo de futebol.

Vamos convir, a cidade é pequena, a vida aqui é prosaica e é ridículo fomentar a inimizade e a discórdia para defender esse ou aquele candidato, quando na verdade, estão todos tentando assegurar seus interesses individuais. O que deveria acontecer é simples: Respeito quanto ao interesse e a opinião do outro, não permitindo que ninguém manipule sua mente, mantendo firme a opinião própria.

Espero que não tenham fixado seus os olhos apenas na simpatia dos candidatos, em seus acertos ou em suas doces promessas, isso é o que eles mostram e é assim que tentam nos seduzir; espero que tenham voltado os olhos para suas gafes, espero que tenham pelo menos passado a vista em seus erros. O interessante seria se todos nós lançássemos olhares críticos sobre os meios que os candidatos usam para nos conquistar e se dialogássemos sobre validade das promessas com nossos conterrâneos, aceitando as divergências de opiniões.

Outra coisa importante a fazermos seria esquecer os partidos políticos. Simplesmente eles não existem mais, e eu não faço idéia do que existe no lugar deles... Só vejo fusões onde o interesse da vitória esta sempre à frente de qualquer ideologia partidária. É cômico e confuso ver todas essas siglas unindo e se separando aleatoriamente. Não estou me limitando a criticar as eleições de Areado, o que pretendo é mais audacioso: Busco questionar os partidos políticos e o próprio sistema democrático. Particularmente, não vejo democracia alguma nessa festa pop que acontece de quatro em quatro anos!

E como eu estou feliz com o fim dos “showmissios”! Espero que o poder Judiciário mantenha-se firme e continue impedindo a pratica dessa “política do pão e circo” escancarada. Fico ainda mais feliz em ver candidatos sendo punidos por má conduta durante a campanha, contudo dou algumas gargalhadas sarcásticas quando fico sabendo das formas como alguns deles burlam as leis.

Não escrevo para mal dizer e muito menos defender nenhum candidato específico, não intento levar a opinião de vocês para esse ou aquele lado, mesmo porque o resultado já foi apurado. Escrevo para a esmagadora maioria que independentemente do resultado das eleições continuará tocando sua vida no mesmo ritmo.

Em quem eu votei? Não importa! O que importa é em quem você votou e sobre quais bases sustentou sua opinião. Espero que a escolhida de nossos empregados tenha sido consciente, por que somos nós que vamos pagar salário deles e será nosso o benefício ou prejuízo de suas ações.