uma nova democracia
Nestes tempos de eleições um pensamento me vem à cabeça. Com dezenas e dezenas de legendas políticas – eu não ousaria a dizer partidos – saltitando de um lado para o outro como anfíbios desajeitados e inconvenientes numa sala de estar e o povo seguindo ruidosamente para exercer seu direito de livre e espontânea vontade de votar “obrigatoriamente”, até que ponto poderíamos dizer que verdadeiramente vivemos num país democrático?
O nosso poder legislativo deveria ser constituído de legítimos representantes do povo sendo autorizados através do voto a exercer esta função promordialmente, mas o que se vê é que nossos vereadores, deputados e senadores na maioria das vezes mal representam o próprio umbigo. O que não é novidade para ninguém. Mas é preciso voltar ao início e para poder buscar um novo recomeço. Nos tempos áureos da ditadura só havia dois partidos políticos: Arena e MDB. O primeiro apoiava os militares o segundo discordava do primeiro. Antes do fim da ditadura eles já eram cinco, mas ainda assim possuíam legitimidade. Porem com a chegada da democracia em 1985 começa acontecer uma explosão de legendas, a maioria sem representatividade e oca de idéias. A desculpa para isso seria a liberdade de expressão. Mas o que se viu foi à ascensão de um novo tipo de político: alienado, insensível, carreirista, fútil e às vezes corrupto.
Não acredito que seja possível superar esta situação se não houver um imenso debate na sociedade no sentido de questionarmos esta democracia que está aí e darmos os primeiros passos para implantarmos uma nova democracia: mais eficiente e representativa do ponto de vista da população. Discussões como o fim do voto obrigatório,voto distrital e fidelidade partidária não deveriam acontecer apenas nos corredores obscuros de Brasília. Isso deveria ser assunto para debates na televisão, no rádio, na Internet e escolas.
Ficarmos aqui sentados achando que os idealismos morreram com a queda da extinta União Soviética não vai nos ajudar em nada. Para construirmos um país é preciso traçar metas e começar a trabalhar para realizá-las e isso só se consegue com idéias, sejam de esquerda ou de direita.