REELEIÇÃO

Tratamos do assunto da reeleição como coisa abjeta, descartável, sem, contudo, questionarmos além dos interesses imediatistas dos que tem o poder de decidir, infelizmente, e ao que parece, ao arrepio de maiores debates com a sociedade.

A reeleição existe há muito tempo nas democracias mais conhecidas. Na frança, por exemplo, o mandato do governante é de 7 anos, com direito à recondução, lá foi a pátria do Iluminismo, sede da revolução que mexeu com a história da humanidade. Podemos citar, entre outros, os Estados Unidos da América, para ficar em apenas dois.

Por que aqui temos que ser tão instáveis ? Recorda-me a questão do "jeitinho" brasileiro, a história pátria nos dá excelentes modelos. Vejamos o parlamentarismo urdido às pressas para contornar uma crise institucional da posse do Jango, após a renúncia do Jânio, para depois voltarmos ao presidencialismo.Caso mais recente foi nas diretas já, criaram o colégio eleitoral, meio paliativo de não melindrar nossa incipiente nova república com os militares arriados do poder.

Será que o instituto da reeleição é tão nefasto como querem fazer crer ? O povo deve ter o direito de manter o governante que escolheu ou defenestrá-lo, democraticamente, pelas urnas.

O mandato a cargos executivos são exíguos, incapazes de se ter tempo hábil para projetos de longo curso. Depois há a nefasta cultura de se renegar os projetos do antecessor, numa descontinuidade administrativa onerosa aos cofre públicos. Quando assume o eleito, já o faz com o orçamento definido no governo anterior, depois passa-se 2 anos e entramos novamente em período eleitoral ( prefeituras, etc) dificultando a vida parlamentar no exercício de suas funções, preocupados que ficam os ilustres com seus rincões eleitorais, além da batalha política dificultando a Administração do governante.

Quanto custou aos cofres públicos, por fim, a aprovação da reeleição ? Tudo isso, é nada ?

Precisamos sim, que seja mantida a reeleição, por ser necessária e democrática. Defendo, inclusive, o aumento dos mandatos para que os projetos possam ser formulados e acompanhados pelos seus idealizadores até a conclusão ( quando isso for possível).

Excesso de eleições pode não significar democracia, mas conveniências dos políticos de plantão.