Consciência cidadã para votar é utopia

 

            Após o pleito eleitoral é comum analisamos a política e de como somos antagônicos nos que desejamos e de como agimos quando temos em nossas mãos o poder de transformação e de mudanças.  

            Gostaria de refletir sobre as eleições municipais, embora pouco difira das eleições majoritárias e proporcionais a nível estadual e federal.

            Pois bem, toda eleição há alguns pontos básicos de questionamento geral da sociedade seja no âmbito da educação, saúde, segurança, empregos, etc. Sabemos que são os políticos responsáveis para criar políticas públicas e implementá-las, a sociedade age como participante, porem são nossos governantes os responsáveis para legislar e melhorar a qualidade de vida.  Enfim, se a educação vai mal, se a saúde está doente, se a violência assola, se as drogas tomam conta da sociedade deve-se a falta de gestão pública de nossas autoridades políticas, afinal, ao elegermos, delegamos tanto o gerenciamento dos recursos públicos como também serem eles os fiscalizadores e fomentadores de leis que promova qualidade de vida.

            No entanto, na eleição acontece o oposto e isto infelizmente não é privilegio dos ignorantes, no sentido do conhecimento, mas é uma questão de fórum intimo de cada eleitor que independe o nível sócio-economico e intelectual. Enfim, por razões diversas como pessoais, emocionais, interesses coorporativos é que o eleitor escolhe seus representantes, sem interessar se de fato esta pessoa é alguém que vai fazer a diferença. Isto é, se é alguém que de fato é idôneo e tem capacidade para exercer tal função.  

            Vejamos o que ocorre nas eleições; artistas, jogadores, e outras pessoas públicas devido seus destaques facilmente conseguem atingir expressivas votações, muitas das vezes levando consigo candidatos sem condições mínimas para tal função. Outras vezes vemos os políticos de carreira que são conhecedores como funciona a política e os eleitores permanecer no poder por décadas, sem que se ocorra renovação. Enfim, a democracia acaba sendo avacalhada e de fantoche, pois hora um grupo assume o comando, hora o outro e de vez a cada década entra um novo grupo.

            Em suma, pensar que por meio da educação ocorrerá de fato a consciência cidadã para escolher representantes que de fato sejam pessoas capacitadas e que podem fazer a diferença desenvolvendo o país, o estado e os municípios é uma utopia. As mudanças que ocorrem na sociedade, não acontecem devido a consciência política e cidadã do eleitor, mas sim, pelo trabalho feito pelo gestor público que antevendo o próximo pleito sempre faz algo a mais para que tenha argumentos e assim, convença os eleitores. Desta forma, a disputa se dá no campo dos bastidores da política, pois o eleitor não passa de massa ou de um detalhe devido ele mesmo ( eleitor) aceitar e entrar neste jogo.

            Finalizando, acreditar que o eleitor vai aprender a votar escolhendo o mais capacitado e idôneo será sempre uma utopia e a classe política é o reflexo da sociedade no contexto de cada eleição.

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 08/10/2008
Reeditado em 08/10/2008
Código do texto: T1218399