Leonardo Da Vinci: vida e obra
Leonardo Da Vinci:
Vida e Obra
Vida
Leonardo di ser Piero Vinci, nasceu em 15 de abril ou 25 de abril de 1452 no vilarejo de Vinci em Anchiano na Itália, era filho ilegítimo de Piero da Vinci e de Caterina, sua mãe era camponesa. Quando de suas assinaturas em seus trabalhos, Da Vinci costumava assinar como Leonardo ou lo Leonardo. O fato de não usar o sobrenome é o a ilegitimidade da relação com seu pai.
Por volta de 1467, passa a trabalhar com o pintor e escultor Andréa del Verrocchio, onde tomou conhecimento de diversas técnicas de artes. Nos anos seguintes Da Vinci passa a trabalhar sozinho em seu atelier, onde começa a desenvolver diversas pesquisas de seus pensamentos em diversas áreas do conhecimento.
Quanto aos estudos não se sabe muito, quanto as pesquisas de suas artes e invenções, existe um legado deixado por Da Vinci que até os dias atuais são pesquisados e usado por muitos. Em 1481 muda para Milão e trabalha na “Adoração dos magos”. Dedicou sua vida aos estudos da física, matemática anatomia, geologia, botânica entre outros. Quando tropas Francesas invadem Milão em 1499, ele volta para Florença, já como artista consagrado. Em 1502 decide acompanhas Cesare Borgia que era arquiteto e engenheiro militar.
Entre os anos de 1506 e 1513 Da Vinci volta a residir em Milão, ainda em 1513 foi para Roma e fica sob a proteção de Giuliano de Medici , com a morte de seu protetor em 1516, Leonardo foi para Amboise, sendo convidado por Francisco I, onde foi nomeado de primeiro pintor, engenheiro e arquiteto do rei. A vida de Da Vinci foi sempre voltada para a aquisição de conhecimentos, onde provou (não que necessário), que não era apenas filho de pessoas simples mais que tinha um talento nato. Em 02 de maio de 1519, aos 67 anos de idade, na cidade de Amboise (França), Leonardo Da Vinci faleceu deixando um importante legado para a humanidade. Todavia, seu maior reconhecimento só veio a ocorrer com o passar dos anos, até séculos, onde ele passou a servir de inspiração para muitos em diversas áreas do conhecimento que o próprio Leonardo abordava ou que de alguma maneira acabou contribuindo para diversas realizações. Dos principais trabalhos de Da Vinci podemos citar a Monalisa, a Última Ceia, a Virgem dos Rochedos e Homem Vitruviano, todos dentro do movimento estético renascentista (que era caracterizado pelo processo de renascimento das antigas culturas e costumes greco-romanos).
Obra
Leonardo levou sua vida, toda voltada ao exercício das artes, desenvolveu projetos em diversas áreas e ocupações: pintor, escultor, mecânico, arquiteto, engenheiro, botânico, físico, poeta, cientista, matemático, músico. Para compreensão da arte e ciência Davinciana, é necessário irmos à busca do conhecimento do renascimento, tendo em vista que ele foi o propagador desse movimento artístico que mudou e influencio gerações até os dias atuais. O renascimento que vai surgir por volta de 1300 e chega a 1650, serve como o processo de transição entre a idade média e a modernidade. O renascimento que como base tem em sua estruturação o humanismo por meio do (re-nascimento), do passado das heranças clássicas. Era uma maneira de valorização do homem no plano material, indo de encontro ao idealismo espiritual pregado em épocas da cultura na idade média. O processo renascentista que se instala na Itália e em outras regiões européias, vai proporcionar uma grande mudança nos conceitos de nacionalização de idéias, dessa forma aproximando mestres de diversas áreas do conhecimento, principalmente das artes que até então, era o que bem se praticava. Esse mecanismo de aproximação chamado renascimento vai trazer e proporcionar uma expansão de idéias que até então, era guardada para si, as propostas que surgiram com essa fase histórica e a grande contribuição principalmente de Da Vinci, não deixou que os próximos séculos fossem os mesmos e que os conceitos de diversas áreas passassem a ser vistos de maneira diferente, novos olhares passaram a ser direcionados para a humanidade, as artes e a ciência renascentista tende a se expandir até porque países europeus começam a ver novos destinos além-mar . Uma das visões renascentistas foi a “perfeição” matemática do homem, como o ser em um círculo, onde o homem é postado com o ser do universo em sua totalidade, de corpo e mente pensante, podemos observar isso na obra de Homem Vitruviano, de Da Vinci.
Baseado no processo de que o homem tem como base a natureza e a mesma se ocupa da produção das coisas elementares , o homem passa a produzir segundo a visão de Da Vinci elementos de composição ao nosso meio e nada mais, o máximo que ele consegue realizar é sua reprodução, ou seja seus filhos. Podemos então, ter como base que o ser humano não passa de uma experiência divida atrelado ao meio em que ele vive, ou seja, somos todos experimentos de nós mesmos, isso faz com que vivemos um conflito diário com nossas idéias e realizações copistas do nosso meio. Isso faz com que estejamos na busca do conhecimento constante, para Da Vinci, é impossível que qualquer coisa seja, por si só, a causa de sua criação; e aquelas coisas que existem por si mesma são eternas. De fato, todos os nossos atos e realizações estão ligados diretamente ao nosso meio, ao relacionamento em que vivemos, seja ele material ou a um ser supremo, isso observando o ponto de vista de quem acredita em uma supremacia espírita, universal do ponto de vista de sua fé, isso dentro de sua crendice religiosa ou natural seja ela de qual for. Na visão Davinciana, o conhecimento que vai brotar do ser homem por meio de seus experimentos e que tem como fundamento seu meio, ou seja, o relacionamento proposital de suas circunstâncias em quem ele vive vai se tornar um elemento preponderante em relação ao seu desenvolvimento, criação e perspectivas de novas descobertas e evolução. Vamos entender que nada que surge é por acaso, tudo que é proveniente de algo é direcionado ao crescimento de um próximo, estamos assim falando de um processo em cadeia, ou seja, o conhecimento é um elemento desencadeador de novos aprendizados. Vem então, a questão: e o auto-conhecimento, existe? Segundo a visão Da Vinci, não; todos somos frutos do nosso processo de desenvolvimento por meio do nosso conhecimento e aperfeiçoamento ao longo do tempo.
Em diversos campos de estudo Da Vinci faz colocações sobre o corpo (matéria física), e como nossa vida pode ser governada se administrarmos de maneira consciente. Sua idéia de ter o espírito como base de fundamentada para a relação do homem (mente no aspecto evolutivo pensante) e homem (corpo no ponto de vista materialista), ele então, vai analisar o ser matéria em meio ao ambiente em que vive e leva a natureza como parte integrante de sua vida, onde ele vai destacar que o espírito se desliga do corpo (matéria) de tal forma temos alguns aspectos ligados diretamente a nossa vida a exemplo de memória que está ligado diretamente a razão do ser e apetite, este, se encontra no aspecto do sentimento, por esse ponto de vista entendemos quando nosso cérebro se direciona para algo reservado em nossa mente por longos períodos e os alimentos que nem sempre está ao nosso redor e só em lembrar penetramos no desejo do corpo direcionando esse muitas vezes para o consumo. Ele aborda também a importância do nosso corpo como verdadeiros condutores de alimentos, isso por sua vez válido para animais racionais e irracionais, Da Vinci destaca que somos “o sepulcro dos animais e o local de repouso dos mortos, criando vida a partir da morte dos outros” . Vemos nesse ponto de vista Davinciano, que estamos ligados diretamente ao que entendemos como o sentido de prazer com a miséria dos próximos.
Da Vinci passa sua vida a estudar o ser homem como elemento existencial e intelectual no desenvolvimento do seu próximo. Ao longo de sua vida praticando seus estudos de geologia, anda por diversas cadeias de montanha em busca de fósseis, disseca vários corpos de homem e animais para seus estudos de anatomia, enquanto caminha pelas montanhas, Leonardo estuda também biologia, astronomia e diversas outras contribuições que foram deixados para a humanidade. Essa maneira revolucionaria de estudar o homem e o seu meio, foi uma revolução para sua época, causando incomodo para as autoridades de então. Uomo senza lettere “homem iletrado” era e discrição que Da Vinci tinha de se mesmo por toda sua vida e afirma ainda sobre a ciência: “Parece-me que são vãs e cheias de erros essa ciências que não nascem da experiência, mãe de todas as certezas, experiência em primeira mão que seu começo, meio ou fim passou por um dos cinco sentidos” . Por esse depoimento de Da Vinci vamos entender que o homem é o discípulo de suas experiência, tudo acontece por causa do que está ao seu redor, essa ciência que até os nossos dias vive e se desenvolve por meio do que praticamos e o que recebemos da natureza como parte contribuinte nesse processo acelerado de “desenvolvimento”.
O genial Leonardo Da Vinci, deixa entender em sua obra que, o homem é desprovido do tempo, até porque o tempo é movido pelo movimento do instante e essas são as fronteiras do tempo. Mesmo assim é perceptível que o tempo não dispõe de substâncias para ser identificado nem deixa de ser citado por Da Vinci em seu trabalho. Em uma análise mais aprofundada de sua obra, entendemos que ele desejando ou não a proporção do tempo em seu trabalho está sempre presente.
Isso vai ocorrer porque é impossível que seja trabalhado de maneira a não está relacionado ao tempo, vamos perceber bem isso em suas artes a exemplo temos A Anunciação, ou sem seus estudos sobre a genealogia do homem, ou ainda, em seus estudos de Mecânica, onde ele vai se basear em diversos elementos da natureza, do próprio ser homem, como também do seu conhecimento até então.
Embora, o mult-artísta tenha deixado tenha deixado em seu legado de artes pintadas cerca de 12 quadros pintados, sua forma de execução usando de todos os recursos possíveis para assim o fazer, como também de diversos artifícios de pesquisa ao longo de seu trabalho. Isso é válido para todos os outros seus estudos, sua maestria e diversidade em pesquisas não se limita há seu tempo nem se esbarra nos acasos pitorescos do seu dia-a-dia, pelo contrário isso servia de modelos. A forma de executar seu trabalho, embora que muitas vezes encomendados, por isso limitava-se ao universo de quem o encomendou, porém jamais Da Vinci deixou de executar seus pensamentos em sua obra, tudo ficava de quase que imperceptível. É possível entender melhor o pensamento Davinciano em seus cadernos de desenhos e anotações, que foram deixados em grandes quantidades e infelizmente muitos deles foram destruídos ao longo dos séculos.
Da Vinte deixa um exemplo de observação quanto a beleza em suas anotações onde ele diz: “... partes de muitos rostos bonitos, dos quais a beleza é estabelecida mais por fama pública que pelo próprio julgamento do pintor...” esse ponto de vista de Da Vinci vai deixar claro e reforçar que como hoje percebemos a humanidade segue padrões de beleza estabelecidos ao longo do tempo. Percebemos também que ele “repudia” esse comportamento quando diz que: “... pois, ele (o pintor) pode enganar-se e selecionar rostos que se parecem com o dele, já que frequentemente parece que tal semelhança nos agrada e se o pintor é feio, ele selecionará rostos que não são bonitos e criará rostos feios...” . Essa visão de Leonardo tornará o mundo cada vez, (ao longo do tempo) “especialista em beleza”, será um despertar que vai tornar influente para desenvolvê-lo principalmente do processo de aculturação, no que tratamos em relação à arte.
Como um grande pensador que era Da Vinci, ele em toda sua vida vai se estigar e procurar cada vez mais novos meios de estudo e ampliação de conhecimento. Isso vai ocorrer quando ele estuda, por exemplo, os projetos de mecânica, onde ficou um vasto legado para o aperfeiçoamento futuro , isso é válido para outras ciências por ele pré-anunciado. Em seus estudos de mecânica, é por Leonardo estudado a gravidade, o peso, a força, o centro do processo gravitacional, o movimento, isso é facilmente percebido em o estudo do vôo dos pássaros, que ele realiza e tira diversas conclusões, se é que podemos dizer que Da Vinci chegava a concluir um pensamento, era uma mente sempre em ebulição. Esses estudos não se limitaram apenas ao que estava próximo aos seus olhos, como as ondas das águas e as ondulações de um cabelo longo, ou ainda do eco produzido pela voz no meio ambiente, ou o choque do ar com a água, do calor que existe no mundo... seus pensamentos tinham proporções maiores, seus estudos visualizavam diferentes universos dentro de seu mundo de pesquisas.
Por outro lado é preciso observar que, seus estudos não surgiram do nada, suas idéias não brotaram das montanhas que ele estudou, ou do ar por ele tão pesquisado. Percebemos, então, que os estudiosos da época tinham suas bases de pesquisas fundamentadas em outros mestres da história, que desde a era antiga vinham deixando suas contribuições, Leonardo por sua vez deu seguimento. O que faz diferenciar em seus estudos é a capacidade de conhecer, interpretar e aperfeiçoar os conhecimentos (tendo em vista que suas posses não permitiam o ingresso a academias de estudos {ver vida p. 9} para entender melhor). Essa também não é uma idéia que ele era desprovido de capacidade de desenvolvimento, pelo contrário, certamente foi um mais célebres mestres da criação em toda a humanidade.
Lindembergue Santos é aluno de Licenciatura plena em História da UFRPE.
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