JOTA (COR)

(CORRIGIDO)

JOTA

Não posso, não quero, não devo, eram os pensamentos de Jota, principalmente depois, que começou a escrever. Bem sabe ele que não é escritor nem nada, mas essa máquina maravilhosa chamada de computador, facilita bens as coisas, desde que se tem uma boa idéia, não essa que todo mundo conhece e bebe, mas aquela que vive bem dentro de nossa cachola, trancafiada , canáriando, sem a mínima chance de dar asas a liberdade, mergulhando de cabeça nos seus próprios pensamentos, afoitos, muitas vezes até um pouquinho pornográfico, mais simplesmente maravilhosos, surgidos como raios bravios cavalgando no lombo da tempestade, corisco assustador, mas de uma beleza incrível com sua força indomável, rasgando o céu por dentro das nuvens negras, bailando no dorso da tempestade ao som ensurdecedor dos trovões, efeito audível do choques de massas carregadas, ele que não é se não o efeito visível do inevitável encontro.

Pensa, raciocina, bestifica-se o que seria da literatura mundial se tal invento tivesse caído nas mãos de Camões, Cervantes, Victor Hugo, Machado de Assis, Olavo Bilac, Castro Alves, etc.etc.etc. São tantos ainda a enumerar, que a justiça seja feita a todos não citados, escusando por tanto desta falta grotesca, mas sabendo perdoáveis, em nome da lembrança, certo que tantos causaria enfado a quem aventurar pelos meandros destas irrequietas linhas.

"Na quarta parte nova, se mais mundo houvera lá chegará..." Versos de um poema épico, que já habita as memórias de "sites" por aí, lamentando somente que esta tecnologia não foi contemporânea de muito gênios presentes e imortais, na galeria histórica dos grandes vultos da humanidade.

Jota, absorto nos seus pensamentos, leva um susto com a entrada brusca de sua amada esposa, cortando-o com um choque psicológico, conhecedor que era da antipatia que ela possuía de seu mais nefasto ato, escrever absorto a qualquer hora, principalmente usando a criação como um passatempo divertido. Despejou-lhe impropérios absurdos, nem o lindo festival de raios se fazia horrendo como o paurrear da donzela, tresloucada ao perceber os parcos afazeres do amado.

Ameaças mil caiam sobre a sua cabeça esbranquiçada pelos pesos dos anos, nada a acalmava, nem as preces que lhe eram dirigidas apascentava-a nesses momentos envolventes, como se tivesse cometido um adultério. Demorava-se horas, até mesmo dias à haver-se retornado a calma. O escândalo vezes sem conta eram presenciado pelos vizinhos, transeuntes, leva sem conta avolumava-se a assistência. Não havia se quer nada que a fizesse parar. Inacreditável.

Goiânia, 06/09/2008.

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 05/10/2008
Reeditado em 10/10/2008
Código do texto: T1212254
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