VOCÊ DARIA A SENHA DO SEU E-MAIL PARA O CÔNJUGE?

A pergunta veio à propósito de um artigo “Trair e Teclar é só começar...”, que me foi enviado há alguns dias. Nesse artigo, constava que “A internet criou uma nova maneira de

ser infiel: começa com mensagens, evolui para confidências, logo entra no reino das fantasias sexuais. Quando menos se espera, o marido ou a mulher já estão teclando sem parar com um desconhecido. Mesmo que nunca se transfira para a vida real, a traição machuca do mesmo jeito.”

Voltamos àquele velho debate sobre as mudanças que a Internet trouxe em nossas vidas. Penso que a Internet, “per se”, não pode ser a responsável pelos atos das pessoas. No entanto, é notório que o universo de possibilidades que ela oferece é deveras tentador. Tornamo-nos iscas fáceis, pela facilidade de informação que fornecemos sobre nós mesmos, e não nos damos conta. Ou, por outro lado, aquelas que deixamos convenientemente de dar...

Por exemplo: ao entrar em comunidades, quantas informações vc não estará passando ao mundo?

E quando publica um texto, é sua opinião isenta ou um pouco (ou muito) de vc que vai nas linhas?

E quando discute, debate, confessa, não passa a ser uma pessoa pública?

E nas salas de bate-papo, até aonde vai o apelido apenas?

De repente, vc sabe bem quem é, o que pretende, até onde vai, mas e os outros, que já entraram na sua vida, através dos meios que vc permitiu que entrassem? Será que respeitarão sua família, sua individualidade? E se seu cônjuge ler algumas das msgs, comentários, recados, como interpretaria?

O ciúme é inerente, faz parte do ser humano desde o início dos tempos, pelo sentimento atávico de posse. A Internet reparte aquilo que sempre foi só seu. Como lidar com isso? Vc está preparado? Daria a senha de seu micro ao seu cônjuge?

Lílian Maial