EMPREITADA AVILTANTE

Nosso povo precisa mudar as coisas da política municipal, pois os grupinhos dominadores, à época das eleições, sempre voltam a tramar novas arrumações partidárias; tentando, com isso, conseguir a continuidade das mesmas situações vantajozas. É com estas falsas mundanças que os tais grupinhos sobrevivem.

Os mecanismos que o forte grupinho usa para dominar o povão compõe-se de um amontoado de figurinhas perniciozas: entre elas começarei com o pelego, que entre nós é mais comumente chamado de "cabo eleitoral" . A função deste tipo de puxa-saco é intermediar as pretensões dos grupinhos dominantes. Barganhando com cidadão comum promessas vãs em troca do seu voto. A mais suja figura deste cenário é o bonequinho, o títere, o fantoche. A sede de certas pessoas comuns, na sua ansioza busca por subida na vida as fazem disputar migalhas no quintal dos poderozos.

O bonequinho é quase sempre uma pessoa desprovida de posição no seu meio e que alí busca por todos jeitos uma brecha para que através dela possa subir até o topo da pirâmide social. Esta trágica figura as vezes vai ao mais profundo abismo da indignidade. Muitos são os que saem desta aviltante aventura levando consigo uma carga de dependência muito maior do que a que antes já carregava. Há porem os que saem relativamente bem desta sórdida tramóia, pois se servem de uma comunidade eleitoral, da qual dizem amigos e o fazem com o vil propósito de alcançarem favores particulares.

Disto estaríamos a salvo se as representações comunitárias fossem vacinadas de tais doenças sociais, mas até alí o grupinho dominante já consegue introduzir ou criar no local mesmo, seus títeres e cabos eleitorais. E é assim que os poderosos grupinhos, através de sua grande versatilidade, já conseguem tambem alí impor seu grande poder.