AMIGOS DISTANTES EM TODOS OS SENTIDOS

AMIGOS DISTANTES EM TODOS OS SENTIDOS

Eduardo Mendonça

Quero tornar este meu desabafo público mesmo...

"A cada dia me entristeço com o ser humano.

Mesmo procurando a cada dia entender a raça humana,

mesmo querendo aceitar as pessoas como elas são,

mesmo achando que muitos são limitadíssimos nos seus julgamentos

e sentimentos, eu sinto uma tristeza muito grande,

em saber que muitos amigos se afastaram de mim,

principalmente os que estão fora da minha terra,

especialmente os que moram em Sâo Paulo.

Muitos, quando moravam por aqui, caminhavam juntos comigo, farreávamos juntos, jogávamos futebol juntos, enfim,

estávamos sempre juntos...Hoje, moram fora de Barra do Mendes e através do Orkut estão sempre em contato com conterrâneos que eram até desconhecidos ou não mantinham contatos, quando moravam por aqui. E o que mais me entristece,

é saber, que muitos se afastam de mim,

principalmente agora, por causa de uma porcaria chamada politicagem.

Isso mesmo, politicagem. Não é por causa de política,

porque política é uma coisa sadia, é coisa séria,

de alto nível, necessária, e, graças a Deus,

ainda tenho muitos amigos Políticos.

Os amigos políticos sabem entender nossas razões,

são democráticos, sabem que na Constituição Federal não tem nenhuma lei que obrigue a gente a votar neste ou naquele candidato, deste ou daquele partido.

Os amigos políticos sabem que somos livres e que temos nossas razões e motivos pra estar pertencendo ao partido que quiser.

Agora, os amigos politiqueiros, o que fazem politicagem,

estes sim, não entendem isso, vivem lhe jogando

indiretas e acusando-nos de corrupto, de puxa-saco,

de atrasado, enfim, os que fazem politicagem,

os que vivem pelos bares da vida, embriagados,

xingando todo mundo, estes não respeitam nossas ideologias e convicções e nem sabem entender que cada um segue o lado partidário que quiser, mesmo colhendo flores ou espinhos.

Sempre procurei sem o mais imparcial possível

em todos os meus atos, ações e atitudes.

Claro que eu tenho o direito de ter o meu lado,

estando errado ou certo, eu uso do meu direito de ser livre pra seguir a minha própria consciência.

Não entendo, mesmo procurando entender o ser humano,

porque tantos amigos se afastam da gente, mesmo tendo plena consciência que só plantei o bem, e sem querer alegar nada,

só os ajudei na vida. Nada que fiz, que estou fazendo ou farei,

vai mudar meu caráter, meu modo de enxergar a vida e nem a maneira de viver a vida. Vou sempre buscar ser um ser humano melhor,

pois sou um eterno aluno da vida e sempre vou buscar ajudar minha terra e minha gente naquilo que for possível, ou seja, vou fazer sempre o que venho fazendo há anos: Trabalhando em minhas filmagens, convertendo fitas antigas em DVDs para preservar

e salvar a história de áudio e vídeo da minha terra e do meu povo, restaurar e recuperar as fotografias antigas junto com meus amigos Liandro, Vitor e meu pai Edízio, fazer os meus programas de rádio, sempre procurando acrescentar algo de bom pra minha terra e pra meu povo e cuidar das minhas obrigações trabalhistas.

Estou, sempre em casa, restaurando meus arquivos,

preocupado com o futuro da história, da arte e da cultura da minha terra, pois minhas fitas K7, VHS, Fotos e Discos de Vinil têm duração limitada. As conversões estarão salvas, graças aos avanços tecnológicos. Mas voltando ao assunto inicial, afirmo,

que apesar das minhas leituras, apesar de tantas histórias de vidas que conheço, apesar de ver tanta coisa que me serve de rumo,

de trilha, de espelho, de exemplo, mesmo com tudo isso,

hoje sou um homem triste com ralação à distância que muitos amigos mantém de mim, principalmente amigos antigos, que achava que jamais seriam capazes de misturar amizade com coisas tão pequenas. Emociono-me muito por estar revendo tudo que filmei no começo dos anos 90 até 1999 e de 2000 até agora. Muitas lembranças vem à mente, vendo nestas antigas imagens tanta gente que se afastou de mim, sem jamais eu ter cometido mal nenhum, pelo contrário,

são amigos que sempre foram servidos, de todas as formas,

repito, e, como disse antes, tudo isso me dói.

Sou de carne e osso como qualquer um. Sinto solidão,

sinto saudade, sinto tristeza como qualquer um, não sou diferente de ninguém. Talvez a diferença estar nesta minha fraqueza de sentir falta das pessoas que eram do nosso meio, do nosso convívio e que agora há muito se afastaram por motivos que fogem da racionalidade.

Não consigo entender tais atitudes. Mas estou mudando aos poucos, valorizo e mantenho contado com quem me valoriza e mantém contato comigo. Como estarei ocupado com a recuperação e conversões dos meus milhares de arquivos nos próximos 15 anos,

nem terei tempo pra estar reparando que está perto ou distante de mim, isso não vai fazer mais diferença, mas fico triste e decepcionado com as limitações, com os julgamentos limitados sem conhecimento,

e com a fragilidade ética e cultural de certos seres humanos.

Muitos esquecem, que em qualquer circunstância, somos irmãos, somos amigos, e que sempre depois de algumas “tempestades violentas” o sol volta a bilhar intensamente para todos.

Mas é assim mesmo, a gente vai plantando flores e às vezes, temos que colher alguns espinhos, pra poder ter a mesa farta. Que Deus abençõe e ilumine todos os meus amigos daqui e os que estão espalhados pelas estradas da vida.

Eduardo Mendonça
Enviado por Eduardo Mendonça em 24/09/2008
Código do texto: T1193924