PARAOLIMPÍADAS...ESPÍRITO DE UNIÃO OU DE SEGREGAÇÃO?
O assunto é delicado, eu sei.
E como me tocou, virou artigo.
Mas o que pretendo aqui discutir, ou talvez melhor dizendo, tão somente lançar um questionamento, é algo que observo e que vem me inquietando já há algum tempo.
Confesso que nunca li algo que me explicasse, ou nenhuma polêmica semelhantemente levantada, a acalmar a contento essa minha inquietação, mas fui dar uma pesquisada por aí para tentar entender o porquê das competições "paraolímpicas" não serem praticadas ao mesmo tempo das competições e das festas OLÍMPICAS de abertura e encerramento.
Nada encontrei que abordasse esse meu questionamento.
Ou os atletas parolímpicos participam...das celebrações e sou eu que não estou sabendo?
Posso até estar falando uma grande bobagem, ignorar o verdadeiro motivo, mas vejam, logo que se iniciam as olimpíadas, entramos num clima mágico, não se fala noutra coisa, as produções de início e término das competições são agigantadas através do mundo, a mídia se exalta, há um extenso glamour, uma enorme pompa, todos os líderes aparecem, tantos gastos milionários, enfim, toda aquela festa maravilhosa que nossos olhos acabaram de assistir.
Encerram-se as olimpíadas ...e aí começam as paraolimpíadas, num clima totalmente diferente do primeiro momento olímpico.
Por quê?
Há alguma explicação técnica para essa separação?
Seria porque históricamente foi assim...em Roma?
Essa atitude em dois tempos- vejam bem -manifesto apenas a minha sensação e consequente opinião, e ignorância a respeito do assunto- me parece que vai totalmente contra o próprio espírito paraolímpico , cuja proposta é a de justamente se agregrar, integrar e valorizar o atleta portador de necessidades especiais.
Por quê, então, segregar as competições?
Percebo que as chamadas para os nossos atletas vencerdores são rápidas e pontuais, e não me lembro de ter visto festa de abertura ou de encerramento das paraolimpiadas, e se houver, com certeza não tem a mesma atenção da mídia que o primeiro momento esportivo tem.
O próprio prefixo "para" já denota uma competição "ao lado", lembra ao menos algo paralelo, concomitante, mas nesse caso é um acontecimento sequencial, longe de significar "união".
Fica aqui o meu questionamento.
Tavez seja mais uma dessas contradições que se espalham pelo mundo...e que gritam aos olhos de poucos...