A Cultura Popular Nordestina e o Armorial em Salvador
“Nova geração promete salvar cultura popular nordestina”
Desde antes de Gonzagão, a música popular nordestina tem soltado seus versos, tivemos, e ainda temos ícones deste estilo maravilhoso, temos a musica de Luiz Gonzaga, o nosso eterno Rei do Baião, foi um dos, se não o nosso primeiro guerreiro cantador, divulgando nossa cultura, nossa lida, nosso ser; temos também o Jackson do Pandeiro, outro ilustre guerreiro; Dominguinhos com seu forró tradição; Patativa do Assaré, com seus versos magistrais e incomparáveis, Wilson Aragão, nosso eterno cantador de viola, matuto sertanejo e apaixonado por nossa terrinha; Alcimar Monteiro; o violeiro Vital Farias; temos o Elomar, catingueiro de valor; o inestimável afago sonoro de Fernando Guimarães; Ivaníldo Vilanova, cordelísta e cantador Conselheirista; temos o Zé Ramalho, nosso profeta místico, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, Alceu Valença e tantos outros que iniciaram a caminhada, para uma vida longa à música popular nordestina, e a própria Nordestinidade.
Movimentos regionais de cultura vão surgindo como é o caso, da quase que Confraria de violeiros que integram os “Cantadores da temática de Canudos”, o Conselheirismo é contado e cantado pelo Historiador e Cantador Fabio Paes; o também Historiador e Cantador Pingo de Fortaleza, com suas composições triunfais; Dinho Oliveira, outro guerreiro do Conselheiro; Cláudio Barris, Cantador da cidade de Uauá; Gildemar Senna, célebre em suas composições; Marcos Canudos; o gigante musical Gereba; e com muito orgulho, o Cantador Luar do Conselheiro; entre outros guerreiros e guerreiras do Bom Jesus Sertanejo.
Porém, foi de pouco tempo pra cá que a juventude passou a se interessar de verdade pela música e pelas questões sertanejas; foi com o surgimento do movimento “MANGUEBEAT”, com Chico Science e a Nação Zumbi, e a Mundo Livre S.A. de Pernambuco; mesclando o maracatu nativo, com elementos do Rock, Hip-Hop e Ragga Muffin, conquistando de vez a turminha Underground e Alternativa, a parcela politizada da juventude se apaixonou também.
Com a morte de Chico Science, a lacuna jamais seria preenchida, porém, alem do avanço e continuidade da Nação Zumbi, e do “Mundo Livre S.A.”, foram surgindo mais e mais grupos que faziam estas mesclas, foi o suficiente para preparar terreno para a chegada de um som completamente catingueiro, o fenômeno do “Cordel do Fogo Encantado”, banda também de Pernambuco. Pouco diferente dos outros movimentos, o Lirinha com o seu Cordel do Fogo Encantado, traz um som absolutamente puro e livre de rótulos, mas a turma da Nação Zumbi, já havia chamado a atenção da juventude para o sertão, a coisa já estava feita... o Cordel do Fogo Encantado foi bem mais aceito do que se podia imaginar, suas canções falam de assuntos profundos e delicados do povo catingueiro, teve a melhor aceitação que a música regional nordestina desta geração já teve. Em Salvador, Bahia, esta banda deslanchou um processo de regionalização do “ser alternativo”, fazendo com que surgisse este movimento regional existente hoje nesta capital, uma séria de bandas regionais apareceram, e as que vinham lutando antes do Cordel, puderam aparecer e ganhar respeito, é o caso da banda Volante do Sargento Bezerra, com a poesia guerreira de Kiko Lisboa; Clã Brasil, com seu autêntico pé de serra, é o caso do Bando Virado no Mói de Coentro, com seus pífanos e a alegria musical do “Capitão Corisco”; é o caso do chamado “Rock de Tabaréu” de Neto Lobo e a Cacimba, com um som jovem e rico em influências musicais, mas sem perder a característica catingueira. Estas quatro bandas, mais as bandas Zacatimuana e a Alhos e Bugalhos, são as bandas que formam em Salvador, o círculo das bandas regionais, ou de grande influência regional, que cada vez atraem mais fãs, todos formadores de opinião, e bons críticos politizados; Cantadores, como o doce Celo Costa, entre outros, dão um tom de saudade e alegria sertaneja; como os mestres populares Antônio Cavachão de Uauá e o Mestre Zé Gaguinho, do grupo “semente da roça”, tradicional Terno de Reis da Boca-do-Rio, em Salvador.
No Movimento Armorial criado por Ariano Suassuna, podemos destacar Luar do Conselheiro, Aidner Mendez Neves, o Luar do Conselheiro, nasceu em 21 de julho de 1983, no Rio de Janeiro, mas aos dois anos de idade veio para a Bahia, em Salvador; onde passou sua infância e pré-adolescência, passando suas tardes na Praia dos Artistas, na Boca do Rio, bem como na colônia de Pescadores desta sua adorada comunidade.
Porém foi no início de sua adolescência, que conheceu os sertões e o movimento Armorial, através do padrinho e tio, o Luiz do Berro. A cidade de Uauá, no sertão da Bahia, passou a ser seu segundo lar, e lá descobriu sua própria identidade, sua gente e seus costumes; portanto, um Nordestino por opção.
Luar do Conselheiro é cordelísta, escritor, compositor, poeta e cantador, seus versos e canções retratam as lutas do povo sertanejo, e, sobretudo, o exemplo de Canudos; Xamã por opção religiosa cultua a natureza, seus caminhos, suas verdades e seus mistérios.
Autor de Cordéis como: “O Sebastianismo no Sertão”, “ABC da Boca do Rio”, “A saga da Pedra do Bendegó”, “João Requizado, O Cangaceiro Solitário”, “A peleja do Boi Valente Com o Menino Aboiador”, “Montalvânia, Uma Cidade Diferente” entre muitos outros.
Autor da peça teatral (Musical) “Delenda Canudos” bem como dos livros “Orgulho Nordestino, Ponderações sobre a Nordestinidade”, “Luar do Conselheiro, Poemas, Cordéis e Canções” e o
Romance “O Sertão Mundo”, todos aguardando publicação.
As principais influências do Cantador Luar do Conselheiro são as figuras de patente da Cultura Popular Nordestina, Luiz Gonzaga, Xangai, Elomar, Wilson Aragão, Cordel do Fogo Encantado, Mestre Ambrósio, Jessier Quirino, Chico Science. Entre outras tantas personalidades, Luar se define como um Cantador da causa Conselheirista