"Política, Verdades, Mentiras e Corrupção" - ( Parte XXII )

Festa Profana

Existe uma desordem silenciosa e corruptível instalada e impregnada nos poderes constituídos. A tolerância do desrespeito às leis, a falta de ética e a imoralidade se proliferam.

E nessa explosão generalizada, o conteúdo dos desmandos se tornou um ranço difícil de se remover.

As evidencias das falcatruas pipocam por todos os lados. Os conluios e os conchavos beneficiados pela indiferença omissa dos compadrios ferem de morte a democracia.

Por essas atitudes abjetas, repugnantes e nefastas praticadas pelos representantes do povo incitar-nos-ia a tomar alguma atitude, pois, do jeito que está, não dá mais para continuar.

A descrença é geral. Mas apelar a quem?

O sistema está totalmente viciado e corrompido.

A Câmara e o Senado, respaldados por um governo conivente, propiciam-nos a todos os instantes episódios de decadência moral.

Na política se perdoa tudo: Desaforos, ameaças, ofensas morais, porradas, e até denúncias conjugais.

Não se guardam mágoas e nem ressentimentos. As relações são desfeitas e refeitas sem o menor constrangimento quando estão em jogo seus projetos eleitorais. Os inimigos de outrora se tornam os amigos aliados do momento e, numa convivência “pacífica instável” se articulam para detonarem aqueles que os incomodam em sua trajetória. Tudo pela glória do poder. Abraços, tapinhas nas costas, elogios e até beijinhos para amenizar o clima de discórdia superada.

Todos safados em sua essência, mais fiéis aos seus Propósitos.

Estas criaturas asquerosas, pegajosas e com suas almas ensebadas, instilam veneno quando preciso para neutralizar seus adversários.

Blindam-se de todas as formas para que seus podres jamais venham à tona. Jogam, dissimulam, chantageiam e pagam qualquer preço para comprar o silêncio de seus detratores.

Aceleram todos os processos de sua conveniência e travam todos aqueles que lhes são inconvenientes e comprometedores.

Mentem enfaticamente, traem e acabam acovardando-se repetidas vezes para tentarem escapar da guilhotina. Nunca desistem. Dizem-se religiosos, choram lágrimas de crocodilo, apelam para todos os santos quando amedrontados e acuados por fortes denúncias.

Mesmo feridos e sangrando muito, fazem de tudo para se livrarem da cassação. Articulam de todas as formas com manobras protelatórias que lhes garantam sobrevida.

Em última instância, renunciam a seus cargos para tentarem voltar incólumes e artificialmente limpos num próximo mandato eleitoral, acalentados que são pela memória curta do eleitor.

Não existe nada mais repugnante e aviltante do que a imunidade parlamentar. É um acinte e um desrespeito aos princípios constitucionais, de que todos são iguais perante a lei. Nesse diapasão, a imunidade caminha de braços dados com a im(p)unidade, com destaque para a letra (p) de políticos.

Os políticos quando entronados se acham acima do bem e do mal. Soberanos intocáveis.

Existe uma relação de trocas e favorecimentos escusos, onde as questões partidárias são deixadas de lado, pelo simples fato de se perpetuarem no poder

Nesse anacronismo vergonhoso os políticos adeptos da desordem e do caos, desfilam arrogantemente pelas casas do Congresso e de cima de seus púlpitos advogam o tempo todo em causa própria.

E nesse clima de festa profana, o povo é convidado a pagar a conta.