Doar é mais que gesto de Amizade e Afeição

Durante anos dedicando ao trabalho voluntário junto a uma entidade assistencial, vai observando certos comportamentos dos voluntários, com destaque àqueles que contribuem financeiramente e mesmo os que contribuem com serviços.
O que vejo e percebo é que, muitos colaboram com as entidades devido a conhecerem seus diretores, por terem afinidades com coordenadores e também em determinadas situações algum amigo estar sendo beneficiado do serviço prestado pela entidade.
É dentro deste aspecto que quero abordar este artigo, fazer esta reflexão.
Toda ajuda, toda colaboração é bem vinda seja de A, seja de B, de um ou outro credo religioso. Toda colaboração, doação vem se a somar como o objetivo final que é a finalidade da entidade especifica. No caso as Comunidades Terapêuticas é o atendimento àquelas pessoas que lá se encontra para tratamento, isto é, toda doação e colaboração para uma entidade devem estar em primeiro plano os beneficiários do atendimento de modo geral. Porém, vemos que uma grande parte daqueles que doam às entidades o faz porque o diretor é seu amigo, porque gosta de uma ou outra pessoa que faz parte da instituição.
Segundo meu ponto de vista, tudo bem que esta ajuda seja de certa forma condicionada por uma circunstancia especifica acabando de maneira geral atendendo a todos. Porém, a reflexão que se deve fazer é; porque ser assim! Porque agir desta maneira! Será que agindo desta forma esta doação ajuda no crescimento inter-pessoal do doador? Será que quando se age desta maneira condicionando a doação ela é espontânea e de coração? Será que esta doação trás para o doador aquilo que é fundamental, o sentimento do dar, e assim receber a paz como retorno do gesto?
O que vemos muito nas entidades são colaboradores que não colaboram com as entidades, e sim somente o fazem porque são colegas, são amigos de determinadas diretores ou mesmo de determinado beneficiário, quando estes já não estão mais na frente das instituições ou sendo beneficiários da entidade muitos doadores param de colaborarem.
Esta atitude serve para uma profunda reflexão sobre a pequenez do Ser Humano. Isto significa dizer que, muitos fazem obras de caridades com segundas intenções. Varias pessoas fazem filantropia pensando nelas mesmas. São caridades egoístas.
As metas daqueles que colaboram ajudando seja com recursos financeiros, seja com seus trabalhos voluntários deve ser aos que são beneficiários das entidades. Devem ser indistintamente. As pessoas passam quer seja a diretoria, quer seja um ou outro beneficiário, mas a entidade continua e sempre precisará de ajuda, da solidariedade de cada um.
A obra de Deus continua sempre, independente do querer humano. A partir daí a grande reflexão a ser feita é: Queremos que Deus nos use para atender o outro, para estender a mão ao outro sem receber nenhuma graça por tal gesto, sermos apenas instrumento?Ou desejamos através da caridade ser instrumentos e também beneficiários das graças Dele pelos nossos pequenos gestos.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 25/02/2006
Reeditado em 15/03/2006
Código do texto: T116075