O voto e o analfabetismo...
O voto e o analfabetismo...
Outro dia acompanhei uma pesquisa sobre o nível cultural dos eleitores brasileiros, realmente é interessante estabelecermos essa relação, até porque estamos às vésperas de mais uma corrida eleitoral e isso pode ter um peso maior do que possamos imaginar.
Nessa pesquisa, restava claro que o percentual de eleitores semi-analfabetos das regiões Norte e Nordeste chega a 37%, índice muito alto para um país que afirma categoricamente que está erradicando o analfabetismo nos quatro cantos da nação. Podemos então, baseados nessa pesquisa tentar entender o numero exagerado de políticos que vem dessas regiões, a Câmara dos Deputados e o Congresso Nacional são exemplos disso, aliás, devemos acima de tudo nos lembrar, que nosso presidente é também um nordestino.
Não quero aqui fazer qualquer tipo de discriminação com nossos irmãos nordestinos, longe disso, apenas estou tentando demonstrar que quanto mais pobre de cultura, desprovido de conhecimento for o eleitor, maior a facilidade da ascensão política dos mais favorecidos. Nessas regiões assim como já aconteceu no passado aqui no sul do Brasil, ainda imperam as famílias tradicionais, herança de um passado onde os coronéis e barões comandavam seus redutos eleitorais com mão de ferro e manipulavam os resultados das urnas sem serem contestados em suas decisões.
Às vezes constatamos o aparecimento no cenário nacional de políticos das regiões Norte e Nordeste que nunca tínhamos ouvido falar, com poderio econômico impressionante, com influencia nos corredores do poder e que em seus estados de origem são como deuses.
O povo, pobre povo, semi-analfabeto é fácil de ser iludido, quanto menos informado melhor, quanto menos acesso a cultura mais se transformam em massa de manobra para eleição de políticos afortunados e isso vem de muito tempo, as desigualdades econômicas aliadas ás dificuldades encontradas e enfrentadas com determinação pelos nossos heróicos irmãos do Norte e Nordeste, são usados como artifícios por políticos espertos para conseguirem com certa facilidade obterem os votos desses irmãos tão sofridos.
A promessa do poço, da dentadura ou do par de chinelos é muito mais simples do que prometer estradas, pontes e viadutos, é muito mais barato uma cesta básica em troca de um voto que o compromisso de realmente fazer alguma coisa para que se tenha efetiva melhoria de vida para uma região inteira, os discursos bem preparados, com as palavras que soam como a salvação da lavoura, como a solução de todos os problemas é uma arma poderosa, utilizada em larga escala nessas regiões, o povo humilde é mais fácil de ser enganado e assim, só assim se explicaria um percentual tão elevado de eleitores sem cultura num país tão rico, que poderia dar exemplos concretos de investimentos em educação, mas pelo contrário, apresenta a triste estatística de mais de 15 mil escolas das regiões Norte e Nordeste sem sequer energia elétrica, durma-se com um barulho desses.
Adilson R. Peppes.