Combustíveis: só é cego quem não quer ver!
Anos atrás, contávamos os postos de gasolinas pelas estradas e quantas vezes, temiamos em ficar sem gasolina por não encontrar um ou em encontrando, estava fechado. Batia os ponteiros às 20h e as luzes se apagavam...
A população cresceu, crescendo também o número de veículos, mas diferente a esta proporção, os postos de gasolina aumentaram, chegando a ter muito mais do que o necessário, porque basta rodar por ai e ver frentistas parados à espera de clientes, mas mesmo assim, dia após dia novos postos estão sendo abertos.
Sabe por quê? Porque é um negócio de investimento alto mas de retorno fácil e rápido com uma margem de lucro espetacular e de dar inveja a muitos donos de negócios que, ano após ano tentam de tudo para a sobrevivência de seus empreendimentos.
Aqui no Vale dos Sinos, região metropolitana os preços dos combustíveis estão cartelizados e não preciso ser auditor para comprovar. Os preços estão iguais e com rara exceção, centavos a menor e num país que usa duas casas após a vírgula, eles, os donos dos postos, usam livremente, 3 casas e no final, no montante, o ganho é maior.
Sem contar a elevada margem, o outro vilão se chama governo do estado que para tapar o furo das administrações anteriores, elevou com o consentimento da assembléia legislativa, o ICMS de 17 para 30% e, com fogos de artifícios, um ano após, baixou para 29% e pasmem, estão se vangloriando pelo feito. O outro se chama viúva - a nação tupiniquim - que adiciona compulsoriamente impostos nos preços dos combustíveis a título de manutenção das estradas e rodovias e isto se chama milhões, porque não bilhões de reais e, em última hora, a toque de caixa, sem licitação, derrama estes milhões nas mãos de empreiteiras para tapar buracos, havendo um custo quase que no dobro se uma recapagem fosse feita.
Acusar e não provar é feio e demagogo, o que é muito empregado pelos políticos brasileiros que somente enxergar os ciscos nos olhos dos outros enquanto, todos, sem exceção, tem argueiros nos próprios olhos. E, para comprovar a ganância, estudo em Joaçaba, oeste de Santa Catarina e antes desta cidade tem a de nome Jaborá. Lá, no final de semana passado (18/02) a gasolina estava cartelizada também mas a R$ 2,49 o litro e o álcool, no primeiro posto e naquele que sempre abasteço, R$ 1,92. Percorrendo duzentos metros, dois outros postos ofereciam a R$ 1,89 e. tem lucro bom os donos dos negócios e o estado de Santa Catarina cobra somente 17% a título de ICMS.
Saindo de São Leopoldo, via Bento Gonçalves, Passo Fundo, Erechim e finalmente a Joaçaba, os preços, com exceção de Bento Gonçalves são mais baratos do que aqui e, os combustíveis, como os que vão para Jaborá, vem do Rio Grande do Sul, ou seja, a medida que nos afastamos da refinaria, os preços caem.
Portanto, para que gastar tempo e dinheiro com CPI se os vilões estão identificados? Somos auto-suficientes em combustíveis e o governo federal, além do lucro da Petrobrás, coloca impostos elevados; o estadual, 29% de ICMS e os donos dos postos, já que não podemos viver sem os combustíveis, mantém uma margem elevada. Se antes, quando do tabelamento dos preços, a margem não passava dos 8% e era um grande negócio aqueles que bem administravam seus postos, por que hoje precisa ser entorno de 25%, se não mais, esta margem de lucro?
Oscar Schild, gerente de vendas.