Livro

Há seis anos eu escrevi um livro, na verdade uma monografia, que atualmente virou livro. Quando elaborei a monografia há seis anos, eu só tinha três certezas: não queria um tema específico para enfermagem, queria ago ligado à saúde mental e que como sempre seria um tema inovador.

Está certo o tema não é tão assim inovador, mas é um tema pouco trabalhado e muito pouco praticado. Ao ter a idéia de lançá-lo como livro eu cogitei duas coisas: arriscar mantê-lo como estava ou fazer um novo estudo verificando se o que eu dizia – que não havia integralidade na assistência à saúde mental no país, em especial em Juiz de Fora - se confirmava ainda ou não.

Só que as pessoas são envolvidas por novos projetos e ficar ali estudando o que já havia sido estudado era dar murro em ponta de faca, poderia sim , partir das críticas atualizar, fazer uma nova edição e quem sabe um novo livro para mostrar a evolução.

Que evolução? Seis anos se passaram e a situação continua a mesma. Ouso dizer que até pior, pois há seis anos atrás estávamos há apenas um ano da aprovação de uma Lei sobre doença mental no país – Lei nº 10.216/2001 – Agora, sete anos depois, continuamos no mesmo lugar: com discursos enfadonhos, cheios de fantasias e sonhos sem propósito. O que dizem não corresponde ao que na prática realmente é.

Parece que falar em saúde mental, principalmente aqui na cidade de Juiz de Fora, é mexer no tendão de Aquiles de alguns, ou em tema banalizado, esquecido mesmo. Pra que falar, pra que mexer nesse vespeiro? É um bando de incapazes que pode gerar muito capital? Ou seria perder tempo com algo que não obterá resultados?

Fico pensando se Renato Russo, cantor, compositor, que arrastou multidões, fosse encarado como psicótico ( o que ele realmente era e deixava claro em entrevistas) e não como artista como estaríamos hoje em termos de música para a juventude? Está certo ele morreu, mas teve como se sustentar, e suas letras continuam relevantes.

Parece que a estagnação, a inércia, não acontece somente no campo de saúde mental, é geral. Ficamos com discursos que o mundo pode mudar, que vamos mudar o mundo. Mas o que fazemos para essa situação caótica toda mudar? Eu mesmo respondo: NADA!

Por curiosidade entrei em alguns fóruns de discussão sobre eleição e outros sobre saúde. Os da saúde só é atualizado com pessoas pedindo emprego e os das eleições como dizem atualmente: bombando.

Por que será? Bom a meu ver é muito simples: máquina de fazer dinheiro sempre é mais negócio investir, nem que seja pensamentos infundados, achismos inesgotáveis. E mais, o povo adoecer é mais vantagem, ganha o comprador de votos pagando exames e ganha laboratórios. Então pra que se discutir saúde?

Agora sim entendo porque as pessoas se tornam tão passivas diante de uma discussão que não acontece e está resguardada por lei: FALTA INTEGRALIDADE NA MENTE DE MUITA GENTE POR AI!

Lilian Gonçalves
Enviado por Lilian Gonçalves em 21/08/2008
Código do texto: T1139692
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