O transito nosso de cada dia...
O transito nosso de cada dia...
A cada feriadão constatamos dados realmente alarmantes quanto ao numero de acidentes registrados em nossas estradas e cidades, quanto ao numero de vitimas fatais e principalmente quanto à falta de conscientização por parte de nossos motoristas no que se refere ao uso de um automóvel, nosso transito mata mais que muitas guerras, que muitas doenças, que muitas catástrofes naturais.
Tenho tocado insistentemente nesse assunto, mas diante de números extremamente negativos, não consigo me calar. Nossos jovens estão morrendo, ou melhor, se matando, as baladas regadas a bebidas e drogas estão transformando jovens saudáveis em verdadeiros suicidas, o transito nas madrugadas das nossas grandes cidades estão simplesmente impraticáveis, basta se fazer uma pesquisa com moradores que residam em áreas próximas às boates, clubes e danceterias das cidades para que se veja que isso já passou e muito de diversão, que os nossos jovens estão se perdendo, talvez por já estarem de certa forma perdidos.
É necessário que se faça um grande investimento na educação de nossas crianças, na questão do transito, um acompanhamento na conduta de nossos jovens, que os pais se dediquem de forma mais efetiva, para que saibamos onde estão nossos filhos, que tipo de bebidas ou drogas estão ingerindo, com quem voltarão para casa, e acima de tudo em que condições estão os motoristas desses automóveis.
Sei perfeitamente que a adolescência é uma fase muito crítica nas relações entre pais e filhos, que é difícil controlar o ímpeto de nossos jovens, que os conflitos podem gerar o distanciamento em alguns casos, mas vejo que mesmo com todas as dificuldades a serem enfrentadas nessas questões, ainda é melhor ter um filho distante que um filho morto.
A alteração na legislação de transito é também ponto primordial para que esses abusos que ocorrem em nosso transito não se repitam, o motorista flagrado embriagado ao volante deveria ser preso imediatamente, perder sua carteira de motorista e responder severamente por seus atos, como um crime comum, ou o fato de estar dirigindo um carro o exime de culpa na morte de pessoas inocentes? Está na hora de revermos estas práticas condenáveis na nossa legislação, está na hora de fazermos alguma coisa para que a cada final de semana tenhamos que assistir boquiaberto a acidentes cinematográficos no centro de nossas cidades.
Carros cada vez mais potentes, baladas cada vez mais liberais, jovens cada vez mais desorientados, aliados a uma legislação de transito excessivamente frágil, transformam fins de semana comuns em dias trágicos, dilacerando famílias, fazendo rolarem as lágrimas de pais e mães ao verem o futuro promissor dos filhos, serem abreviados absurdamente por acidentes incompreensíveis e na maioria das vezes evitáveis, é hora de levantarmos essa bandeira, de praticarmos em casa com nossos filhos pequenos a valorização da vida, o entendimento das questões de transito e acima de tudo mudanças radicais na forma com que estão sendo tratadas todas essas questões, pela sociedade organizada, pelas famílias e pela legislação de transito em vigor.
Adilson R. Peppes.