Quanto vale a sua fé?
Quanto vale a sua fé?
Outro dia, vendo o resultado de um levantamento feito junto a igrejas evangélicas de Cascavel, constatou-se a existência de mais de sessenta e cinco mil pessoas, isso mesmo, mais de 20% da população cascavelense já participam de cultos evangélicos em nossa cidade.
A proliferação indiscriminada de igrejas evangélicas não é um fato isolado, mas sim um fenômeno nacional, o que está causando por sua vez um fato curioso, que em alguns bairros de nossa cidade já existem mais igrejas que bares.
Os chamados botecos de bairro estão sendo sufocados por um numero cada vez maior de igrejas evangélicas que se estabelecem com uma facilidade impressionante, não que eu seja contra isso, muito pelo contrario, é muito melhor que haja uma igreja a um boteco, claro, mas não é de se pensar com mais dedicação a esse assunto? O que está levando os chamados “Pastores Evangélicos” a criarem tentas igrejas, com tantos nomes diferentes, com tantas ideologias que chegam a confundir a cabeça dos seus fiéis?
A exploração da fé como meio de arrecadação de bens, não vem de hoje, vem do tempo da própria criação do cristianismo, está lá nas sagradas escrituras o alerta à população do surgimento de falsos profetas, dos falsos lideres espirituais, que usariam o santo nome de Deus para encherem os bolsos com o suado dinheiro dos seus humildes e as vezes desinformados seguidores.
Acho inclusive que está na hora de se pensar numa forma de haver uma distinção entre os bons e os maus pastores, entre aqueles que realmente auxiliam na construção de um mundo digno, solidário e cristão, dos que apenas usam as suas igrejas como forma de ganhar dinheiro, um certo código de defesa da fé, para que trabalhadores desavisados não sejam enganados por falsos lideres. Por outro lado que se exaltem e dignifiquem o trabalho louvável e honesto dos bons pastores, que pela santa palavra de Deus, tiram cidadãos do vicio da bebida e das drogas, regeneram seres humanos que se encontram nas prisões, que levam solidariedade aos enfermos internados nos grandes hospitais, reconstituem lares dilacerados, enfim, agem como verdadeiros enviados de Deus, para colaborarem com as obras do Senhor, a esses bons pastores só nos resta agradecer e enaltecer pelo trabalho realizado, mas aos maus, aos falsos profetas, aos espertalhões, aos exploradores da fé popular só posso pedir uma coisa, o rigor da lei, a fiscalização rigorosa sobre as suas fortunas pessoais, o controle por parte das autoridades competentes sobre o dinheiro que enche as caixinhas coletoras dessas igrejas de fachada e que o bom Deus aplique a esses a justiça divina, que certamente não falha, não tarda, não nos decepciona.
Adilson R. Peppes.