Olimpíadas de Pequim

 

            Toda vez que o Brasil participa de competições esportivas a nível mundial ou continental, nós vibramos com nossos medalhistas. É motivo de orgulho ver no topo o atleta recebendo sua medalha, a bandeira do Brasil sendo hasteada e ouvir o hino nacional, mas, por outro lado, ficamos frustrados por vermos nosso país continental amargar qualificações inferiores no rank ao seu potencial de atletas.

            Vemos países inferiores ao nosso em nível quantitativo, muitas vezes com muito maior expressão no rank mundial a nível da pluralidade de modalidades esportivas.

            Não basta ter grande numero de atletas, mas sim estrutura para que cada vez mais possamos dar qualidade em treinamento para estes e incentivar as práticas esportivas. Certamente, esta deve ser uma prioridade em políticas públicas esportivas. Hoje, infelizmente são poucos as modalidades esportivas brasileiras que recebem incentivos diretos tanto da sociedade quanto do poder público.

            No meu entender é fundamental uma revolução no esporte, abrindo oportunidades e incentivando desde criança as modalidades esportivas variadas. É fundamental uma parceria entre as empresas privadas, município, estado e o governo federal nesta revolução esportiva que sem duvida deve acontecer nos municípios em primeiro plano, estendendo para competições estaduais e federal, não de apenas algumas modalidades esportivas, mas olimpíadas municipais, estaduais finalizando na grande olimpíada federal.

            Não há duvidas que o esporte seja uma das fontes de vida saudável, levando a criança, o adolescente, o jovem afastar-se das drogas e todas as adversidades que são inerentes nestas faixas etárias. O esporte é fonte de energia, saúde fisica e mental como também colabora na formação cidadã do individuo.

            Certamente, é fundamental nestes períodos de competições olímpicas refletirmos sobre o esporte e conseqüentemente a formação educacional de nossas crianças, adolescentes e jovens.

            Não há duvidas que o Brasil possa ir muito além às competições internacionais e tenha uma gama de atletas disputando modalidades diversas e configurar no topo do rank mundial. Porém, sem políticas esportivas, sem colaboração tanto das instituições privadas (empresas) e o Estado fomentando, certamente viveremos sempre comemorando e recomemorando vitórias de atletas heróis, não pelo o que representa o país em termos esportivos, mas a luta daqueles que são bravos vencedores num país onde não há incentivos concretos para o atleta ou para a grande maioria das modalidades esportivas.

            Certamente, quando esta revolução esportiva acontecer iniciando-se nos municípios, com parceria do poder público e privado, não só as competições internacionais serão motivos de orgulho se configurando entre os melhores do mundo em todos os esportes, como será orgulho termos diminuído de forma expressiva a demanda das drogas e construindo uma sociedade cidadã a partir de uma nova geração.

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 18/08/2008
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T1134479