D. Teresinha Salgado e Antonio Duro...

Wellington Balbo – Bauru – SP.

O ser humano é tão rico que consegue inspirar em seus pares sentimentos dos mais diversos e até contraditórios. Basta observarmos as situações e pessoas para comprovarmos essa capacidade humana.

Há pessoas que fazem questão de inspirar nas outras sentimento de compaixão, adoram contar vantagem sobre seus sofrimentos: “Você está com dor de cabeça?”, “Ora, é porque você não viu a minha, ela é terrível, passo horas deitado no escuro.” “Você está cansado?” “Imagine eu que trabalho de sol a sol, de segunda a segunda e ainda ganho uma ninharia.” Por essas não há como nutrir outro sentimento senão a compaixão.

Pobres coitadas sofrem muito. Saímos sempre dessas conversas com a sensação de que nossas dores são pequenas perto dos problemas que elas enfrentam. O bom é que notamos que não somos assim, tão infelizes.

Há pessoas que inspiram tristeza, estão constantemente chorosas, reclamando da família, das dificuldades da vida, do preço da batata e da gasolina, da conta estourada e por ai vai.

Há pessoas que inspiram silêncio, falam demais e ouvem de menos nos obrigando a ficar calados ao lado delas.

Há pessoas que inspiram irritação, não são pontuais e nos deixam esperando horas a fio.

Há pessoas que inspiram indignação, não se pautam por qualquer senso moral ou ético.

Mas há pessoas que inspiram outros sentimentos, como alegria, vontade de estar perto, de conversar... Há pessoas que inspiram ao trabalho e contagiam com sua forma de participar da vida. Geralmente estão de bem consigo mesmas, e embora tenham problemas procuram soluções de forma prática e eficaz, ou seja, preferem o trabalho ao invés da reclamação. Prosseguem ao invés de esperar cair do céu. Preferem lutar ao invés da entrega e o desânimo.

E são essas pessoas nossos espelhos, trabalhadoras calejadas pelos embates da existência a nos mostrar que o importante são as sementes que deixamos plantadas no mundo. Mal sabem elas que há muita gente beneficiando-se de suas pródigas sementeiras de serviço em favor do semelhante.

Pessoas como D. Teresinha Salgado e Antonio Duro, figuras notáveis que tive o prazer de conhecer e hoje posso até chamá-los de amigos. Talvez não saibam, mas sinto-me honrado em tê-los comigo. Os dois já ultrapassaram a barreira dos setenta provando que a idade pouco interfere quando carregamos conosco a chama de um ideal maior. Estão firmes e fortes nas atividades desenvolvidas no Centro Espírita Joana D’arc, do qual faço parte. Teresinha é médium trabalhadora da casa há muitos anos, incansável companheira está sempre à frente das atividades. Antonio Duro também, aliás, graças a sua criatividade e senso de organização o CEJD ganhou uma nova roupagem, está belíssimo, com novo visual, moderno, até suas paredes estão mais felizes... São pessoas que fazem brotar sorrisos em tijolos e despertam admiração até nos seres inanimados.

E D. Teresinha e Antonio Duro têm problemas?

Claro que sim, mas optam pelo trabalho, pelo entusiasmo e pela vida.

Talvez nem venham eles a tomar conhecimento dessas mal traçadas linhas, todavia, de importante mesmo é que suas lições se espalhem e mostrem ao leitor: é preciso continuar, mesmo diante das dificuldades é preciso prosseguir...

São dois exemplos que inspiram admiração, peço a Deus do alto de meus 33 anos que um dia eu possa adquirir a vitalidade e capacidade de trabalho desses amigos. Aos dois nosso abraço e votos de sucesso nas empreitadas em favor da divulgação do Espiritismo.

Wellington Balbo
Enviado por Wellington Balbo em 18/08/2008
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