Sem Sentido
Quadros dependurados em decorosas paredes revelam um orbe de mentiras maquiadas em forma de lindas paisagens e de pomposos rostos pincelados por um desses famosos mentirosos, que são comumente chamados de pintores. Em meio ao irritante odor de tinta fresca esses mentirosos transpõem miragens e lembranças para telas esbranquiçadas que são violentamente rebuscadas e cobertas de inverdades causadas pelas imundas mãos que possuem. “Um dos maiores “mentirosos” que já se teve notícia foi um espanhol chamado Picasso, que em certo momento de sua brilhante existência nos revelou o maior segredo de tais mentirosos: “a arte é a mentira que revela a verdade.” O brilhantismo desse pensamento se resume em uma única questão: “Até que ponto a veracidade de uma obra pode se confundir com a realidade?”Resposta: quando as linhas de pensamento se confundir, obteremos uma obra atemporal e digna de aplausos.
Políticas trazem por detrás de suas belas ideologias uma imundície escondida embaixo do pó de arroz avolumado nas faces da população. È como uma arte minuciosamente elaborada com o intuito de falsear a verdade. Um termo corrente em política é o assistencialismo do governo, ou seja, a política social de um país; com essa tal política a população vê seus problemas solucionados e ficam desacostumados a levantarem do sofá e sair à procura de maiores horizontes. Mas, ao mesmo tempo em que essa arte minuciosa serve de toca para a mentira, esta mesmo toca abriga em um pequeno espaço uma verdade silenciosa que aparece fragmentada em pequenos protestos que são calados aos poucos. Não há como uma mentira resistir a tantas pressões realizadas por uma verdade tão escancarada, por isso pode falar que nessa arte a mentira revela uma negra verdade incrustada nos lares desse imenso país.
Desde pequenos sofremos uma pré-colonização de nossos pais, um exemplo seria os velhos sermões e por detrás deles encontram-se encolhidas as intenções chamadas segundas. O processo de colonização perdura até a maturidade e aparece em nossas ações de preconceito e na prepotência de nossas almas. Por que não conseguimos olhar o próximo com alteridade, deixando de lado a imbecil idéia de prepotência e superioridade? Se o leitor souber a resposta para essa inquietante pergunta, por favor, peço-lhes para mandarem cartas. A poesia da vida se resume num único ato de solidariedade para com o próximo. A fórmula é simples, basta a colocar em prática, o amor ao próximo é estritamente necessário transformando-se no primeiro passo a longa caminhada em direção a uma política limpa de ideologias prepotentes e colonialistas.
O individualismo retrata uma vivencia rica em experiências especificas e de visão unilateral dos assuntos correntes. Frei Betto, por sua vez, coloca o individualismo como um aliado das formas de colonização e superioridade excessiva. A ciência aliada ao individualismo é o alicerce da essência do ser, diz Sartre. Quando adentramos no âmbito semântico desse pensamento observamos uma visão totalmente unilateral do assunto, como se o individualismo fosse a única maneira de se obter um firme alicerce. O individualismo é positivo desde que não se confunda com uma visão prepotente e colonizadora, mas sim um individualismo social que tem como resultado a solidariedade e o amor ao próximo.