INFANCIA PERDIDA , ATÉ QUANDO?

Tragicamente,é cada vez mais comum a presença de crianças e adolescentes armados até os dentes á serviço do trafico nos morros do Rio e do Brasil ( e no asfalto também).

Vemos meninas e meninos com 14,13,12, até 10 anos de vida, empunhando um fuzil, uma pistola.

Um dia desses vi pela tv a reportagem que mostrava um menino com uma arma maior que ele.

A rotinas dessas crianças é cruel. Começam cedo no crime, a principio como moleques de recado, depois de algum tempo, viram soldados, vapor, até chegar a gerente de boca de fumo( quando não morrem antes).

Eles não vão a escola, não frequentam shopping centers e raramente veêm tv.

Passam a maior parte do dia dormindo, na madrugada convivem com personagens decadentes: viciados, traficantes, que como eles, sempre procuram a escuridão para circular nas ruelas e becos da favela.

Não é de hoje que os bandidos usam essa mão-de-obra não só no Rio, como em toda comunidade carente das nossa cidades.Alias, a principal atração desses meninos em relação ao trafico é a remuneração que hoje gira em torno de R$400,00 semanais.

Mais de um terço dos adolescentes e crianças abordados por policiais na cidade do Rio no ano passado vendiam drogas.

Enquanto essas comunidades olharem os bandidos como benfeitores , essa realidade vai continuar.

O que se ve é que além da impunidade, não existe politica publica para tentar dar outro caminho a esses meninos e meninas. Não uma politica paternalista e hipocrita, mas um projeto de acordo com a realidade deles, o mundo deles, a historia deles.

Historia como a de uma menina de 13 anos que se envolveu com um traficante e foi usada varias vezes como moeda de troca.

No começo tinha tudo: roupas novas, calçados da moda, era chamada de rainha. Depois o sonho se transformou em pesadelo: foi iniciada no vicio, usando cocaina quase todas as noites, sendo obrigada a virar mulher de outros traficantes para pagar dividas do seu "dono".

Viu tudo de ruim que se possa imaginar; mães ensinando seus filhos á cheirar,execuções, assassinatos, torturas.

Após 05 anos ( ela agora tem 18 anos) consefuiu fugir com ajuda de uma assistente social que trabalahava numa ong na comunidade que ela estava.

Hoje ela tenta viver uma vida normal, faz tratamento para dependente quimico,mudou de cidade, de nome ( com medo de ser morta).

Isso graças a pessoas especiais que se colocaram a disposição para ajuda-la.

Na verdade não podemos esquecer que existem "pessoas especiais" que fazem um trabalho maravilhoso nessas comunidades, tentando salvar meninas e meninos vitimas do horror que é o trafico de drogas.

As comunidades são refens do trafico,muitas vezes são usadas como escudo.

Não pensem que passo a mão na cabeças de delinquentes, não, esses tem que pagar pelos erros que cometem. Apenas creio que antes de se transformarem nisso que a gente vê todos os dias na tv,devemos dar alguma chance para que tenham uma outra vida.

Devemos continuar lutando para que as nossa instutuições funcionem de modo adequado, e que a nossa sociedade ( TODOS NÓS) tenhamos consciéncia de que não só o governo é culpado, mas nós também.

Quando uma pessoa de classe media, esclarecida, vai a uma boca de fumo compra drogas, aceite ela ou não, está contrbuindo para este estado de coisas continuar.Enquanto houver procura havera oferta.

VAMAS FAZER A NOSSA PARTE, PARA QUE POSSAMOS TER CREDITO PARA COBRAR DOS OUTROS.