O mundo do silêncio.

Nos gestos, na maestria das mãos, se falam, o barulho em volta não os incomodam. Os que estão pertos não interferem neste diálogo silencioso, não porque não querem, mas por não entenderem, e eles seguem “conversando”.

O mundo em volta esta cheio de ruídos, falas obscenas, gritos de rebeldia, tiros, buzinas, e eles... Firmes, olham nossa face assustada, e parecem que percebem a nossa inveja estampada, pois sentem bem no seu intimo que nem tudo que temos tem sido perfeito. Porque no fundo às vezes sempre nos arrependemos daquilo que dissemos, ou daquilo que ouvimos, não que eles também deixam de “dizer” besteiras, mas elas se perdem entre eles, não ficam soando por entre ruas e nem paredes, e o que foi gesticulado ali, morre ali. E num outro gesto de carinho tudo fica bem, tudo termina bem. Mas devemos aproveitar para aprender com eles, pois quantas vezes deixamos de fazer um gesto de carinho, um gesto de entendimento, porque a boca sempre fala às vezes sem pensar, e os ouvidos ficam dando trela para as fofocas, as maldades, e mais triste é saber que tudo isto ira cair em outros ouvidos, de outros infelizes como nós.

Vendo-os entre gestos complicados, de dedos ágeis, um sorriso, um aceno de cabeça, um toque suave das mãos, eu sinto inveja, e chego a pensar que nem tudo nesta vida vale a pena de se ouvir ou de se falar. Esta talvez seja a nossa verdadeira deficiência.

DIASMONTE
Enviado por DIASMONTE em 08/08/2008
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