OlimPiadas 2008
Os jogos olímpicos modernos são iguais aos clássicos gregos, mesmo que alguns estraga-prazeres sem cultura digam que não. Rico ou pobre, qualquer pessoa tem a possibilidade de assistir aos jogos, até porque o ingresso custa somente algumas notas de cem dólares. O espetáculo de abertura mostra o que há de melhor no país-sede, apesar da maioria das empresas e tecnologias usadas virem do exterior. O evento transforma o país que o sedia num lugar melhor. Trabalho escravo, poluição, desmatamento, capitalismo amoral, desinteresse aos desabrigados pelas catástrofes naturais e indiferença para com a soberania de países menores não só existiam antes e sempre existirão como também são praticados pelos países-modelo do primeiro mundo. A China continuará sendo reconhecida internacionalmente como exemplo de respeito aos direitos humanos, animais, ambientais e territoriais. A imprensa tem liberdade total para mostrar o que quiser, desde que mostre somente o lado positivo. O principal objetivo dos atletas é demonstrar o seu melhor desempenho em honra aos deuses, mesmo que não fique explícito quem serão os deuses honrados. O importante é competir, e não exames antidoping ou a transformação de crianças em homúnculos. A tocha olímpica representa um brilho de esperança aos que sofrem, até para os que nunca a verão passar perto de onde moram, pois estarão ocupados demais morrendo de fome, frio ou sendo soterrados vivos. Bobos. E o Dalai Lama também vai assistir aos jogos, mas não no conforto do lar, porque o vizinho rico roubou-lhe a chave e se apossou da casa.
Eu, que já não assisto TV, só acrescentei motivos para justificar o meu gosto pela leitura.