EXCEPCIONALMENTE MANCINI
“Tudo feito por este espantoso compositor-arranjador-regente se torna EXCEPCIONALMENTE MANCINI. Mancini é um fundador de tendências. Seus arranjos e composições são distintamente e exclusivamente seus”.
Assim começa a descrição na contra-capa de um dos mais significativos discos instrumentais de todos os tempos, uma verdadeira obra-prima a cargo da orquestra desse maestro magnífico que foi Henry Mancini, nascido Enrico Nicola Mancini, em Cleveland, a 16 de abril de 1924 e falecido em Beverly Hills, a 14 de junho de 1994, aos 70 anos.
O disco chama-se UNIQUELY MANCINI (RCA Victor LPM/LSP-2692), foi lançado no mercado mundial em 1963 e, talvez por falta de divulgação adequada, não teve o sucesso merecido. Foi gravado no sistema Dynagroove, um sistema revolucionário para a época, onde os graves enchiam o ambiente com espantosa exuberância, os agudos mostravam-se límpidos e penetrantes, e até mesmo passagens compactadamente elaboradas apresentavam-se transparentes em todas as minúcias musicais.
Ouvindo as doze faixas conclui-se que só poderia ser um “álbum Mancini”, pois os arranjos que ele efetuou para conhecidas melodias são inventivos e surpreendentes. O álbum tem um estilo jazzístico irrepreensível, com sete melodias bem ritmadas onde a bateria é um destaque marcante, envolvendo o ouvinte que aprecia um belo ritmo (C Jam Blues – também conhecida como Duke’s Place – é algo à parte, com um final bombástico, onde explode a bateria de Jack Sperling). As outras seis músicas desse naipe são: Green Onions, Night Train, Lullaby of Birdland, Bonzai Pipeline, Cheers e The Hot Canary (aqui quatro flautins e quatro flautas “pintam o sete”). Completam o álbum cinco melodias de cunho sentimental onde as trompas e os trombones fazem um puro som de veludo. São elas: Stairway to the Stars, Chelsea Bridge, Rhapsody in Blue, Lonesome e Moonlight Serenade.
Esse álbum foi um marco na discografia de Henry Mancini, que foi lançado ao sucesso por Orson Welles no filme “A Marca da Maldade” (Touch of Evil). Em 1958 quando estava com 34 anos, foi chamado por Blake Edwards para compor o prefixo do seriado de tevê “Peter Gunn” que transformou-se em um de seus maiores sucessos, e que tem uma gravação marcante de Sarah Vaughan. A parceria foi um sucesso na música e no cinema, e seus dois maiores sucessos foram “Bonequinha de Luxo” (1961) e “A Pantera Cor de Rosa” (1963), o primeiro tendo Audrey Hepburn como estrela principal, e o segundo, Peter Sellers como o atrapalhado e inesquecível Inspetor Clouseau.
Os puristas (???) o consideravam um “musakeiro” sofisticado, não muito mais do que isso. Pouco ou nenhum valor davam aos sons inventivos que ele sabia, como poucos, extrair de uma combinação de harpa, clarinete, piano, guitarra, vibrafone e violoncelos. Desdenhavam, ainda, da sua extrema habilidade para manipular contornos melódicos e harmônicos. Achavam-no leviano, reducionista, decorativo, monótono e apelativo. Sobretudo quando ele readaptava seus arranjos originais para o gosto dos compradores de discos.
Pelo caminho por ele aberto vieram Quincy Jones, Burt Bacharach, Dave Grusin, etc. Nenhum deles porém deixou obra mais rica, elegante e pessoal. Procure ouvir com atenção, respeito e carinho as trilhas sonoras de “Hatari”, “Bonequinha de Luxo – Breakfast at Tiffany’s”, “Charade”, “A Pantera Cor de Rosa – The Pink Panther”, “Vício Maldito”, “A Marca da Maldade” e a obra-prima “The Sound of Henry Mancini”, onde em apenas quatro faixas ele mostra ‘Seleções de Prêmio da Academia’, ‘Um Tributo a Victor Young’, ‘A Música de David Rose’ e ‘Peter Gunn Encontra-se com Mr. Lucky’. Após ouvir algumas dessas maravilhas musicais você irá comprovar com seus próprios ouvidos que os puristas estavam com muita má vontade.
E agora, UNIQUELY MANCINI.
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“Tudo feito por este espantoso compositor-arranjador-regente se torna EXCEPCIONALMENTE MANCINI. Mancini é um fundador de tendências. Seus arranjos e composições são distintamente e exclusivamente seus”.
Assim começa a descrição na contra-capa de um dos mais significativos discos instrumentais de todos os tempos, uma verdadeira obra-prima a cargo da orquestra desse maestro magnífico que foi Henry Mancini, nascido Enrico Nicola Mancini, em Cleveland, a 16 de abril de 1924 e falecido em Beverly Hills, a 14 de junho de 1994, aos 70 anos.
O disco chama-se UNIQUELY MANCINI (RCA Victor LPM/LSP-2692), foi lançado no mercado mundial em 1963 e, talvez por falta de divulgação adequada, não teve o sucesso merecido. Foi gravado no sistema Dynagroove, um sistema revolucionário para a época, onde os graves enchiam o ambiente com espantosa exuberância, os agudos mostravam-se límpidos e penetrantes, e até mesmo passagens compactadamente elaboradas apresentavam-se transparentes em todas as minúcias musicais.
Ouvindo as doze faixas conclui-se que só poderia ser um “álbum Mancini”, pois os arranjos que ele efetuou para conhecidas melodias são inventivos e surpreendentes. O álbum tem um estilo jazzístico irrepreensível, com sete melodias bem ritmadas onde a bateria é um destaque marcante, envolvendo o ouvinte que aprecia um belo ritmo (C Jam Blues – também conhecida como Duke’s Place – é algo à parte, com um final bombástico, onde explode a bateria de Jack Sperling). As outras seis músicas desse naipe são: Green Onions, Night Train, Lullaby of Birdland, Bonzai Pipeline, Cheers e The Hot Canary (aqui quatro flautins e quatro flautas “pintam o sete”). Completam o álbum cinco melodias de cunho sentimental onde as trompas e os trombones fazem um puro som de veludo. São elas: Stairway to the Stars, Chelsea Bridge, Rhapsody in Blue, Lonesome e Moonlight Serenade.
Esse álbum foi um marco na discografia de Henry Mancini, que foi lançado ao sucesso por Orson Welles no filme “A Marca da Maldade” (Touch of Evil). Em 1958 quando estava com 34 anos, foi chamado por Blake Edwards para compor o prefixo do seriado de tevê “Peter Gunn” que transformou-se em um de seus maiores sucessos, e que tem uma gravação marcante de Sarah Vaughan. A parceria foi um sucesso na música e no cinema, e seus dois maiores sucessos foram “Bonequinha de Luxo” (1961) e “A Pantera Cor de Rosa” (1963), o primeiro tendo Audrey Hepburn como estrela principal, e o segundo, Peter Sellers como o atrapalhado e inesquecível Inspetor Clouseau.
Os puristas (???) o consideravam um “musakeiro” sofisticado, não muito mais do que isso. Pouco ou nenhum valor davam aos sons inventivos que ele sabia, como poucos, extrair de uma combinação de harpa, clarinete, piano, guitarra, vibrafone e violoncelos. Desdenhavam, ainda, da sua extrema habilidade para manipular contornos melódicos e harmônicos. Achavam-no leviano, reducionista, decorativo, monótono e apelativo. Sobretudo quando ele readaptava seus arranjos originais para o gosto dos compradores de discos.
Pelo caminho por ele aberto vieram Quincy Jones, Burt Bacharach, Dave Grusin, etc. Nenhum deles porém deixou obra mais rica, elegante e pessoal. Procure ouvir com atenção, respeito e carinho as trilhas sonoras de “Hatari”, “Bonequinha de Luxo – Breakfast at Tiffany’s”, “Charade”, “A Pantera Cor de Rosa – The Pink Panther”, “Vício Maldito”, “A Marca da Maldade” e a obra-prima “The Sound of Henry Mancini”, onde em apenas quatro faixas ele mostra ‘Seleções de Prêmio da Academia’, ‘Um Tributo a Victor Young’, ‘A Música de David Rose’ e ‘Peter Gunn Encontra-se com Mr. Lucky’. Após ouvir algumas dessas maravilhas musicais você irá comprovar com seus próprios ouvidos que os puristas estavam com muita má vontade.
E agora, UNIQUELY MANCINI.
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