DA LIBERDADE DE IMPRENSA.

Só mesmo um povo cego, um povo com poderes miasmados, pode tolerar uma imprensa degenerescente, pior ainda, uma imprensa sem Liberdade.

Imprensa policiada, castrada, alimenta um ambiente de incontroláveis mentirarias. Convém lembrarmos que, não raramente, nos defrontamos com um tipinho sem-vergonha de imprensa cuja única vocação é se anular a troco de algumas moedas ou simplesmente por sinecuras dos poderes.

Imprensa, digamos, verdadeira, livre, é, essencialmente, aquela através da qual circulam debates, críticas inteligentes, denúncias necessárias e efervescências de idéias. No fundo, é aquela que contribui para o florescimento de uma coletividade consciente.

Encobrir, dessarte, qualquer acontecimento ao público, a despeito dos inconvenientes que possam advir da divulgação, é próprio de uma imprensa apequenada, vendilhona, covarde ou velhaca. Imprensa livre não é mancomunada com farsas, com engodos, com politicalhas. Negociar, assim, a liberdade ou não reagir ao tolhimento da mesma, sem dúvida, é o caminho mais curto para o descrédito e para a morte da imprensa.

A genuína liberdade (anelo maior do gênero humano) jamais redunda em dissimulações pusilânimes. Ora, como ensinou Rui Barbosa, “és a maior das necessidades, o primeiro dos bens, a mais segura das garantias”.

Portanto, imprensa digna de assim ser chamada há de estar sempre conquistando sua liberdade derruindo, sem receios, os capuzes, as mantilhas e os abafos que tentam impingi-la a todo custo.