A comunicação e alguns defeitos detestáveis nas pessoas

Alguns anos atrás, quando de minha primeira especialização, abordei, dentro do tema de minha monografia, um assunto sempre atual: comunicação. E esse continua sendo um de meus temas preferidos, tanto para estudos quanto para escrever artigos.

A minha monografia foi embasada no romance de José Mauro de Vasconcelos – um escritor-sertanista -, abordando o uso da língua Kamayurá por outras tribos na região do Alto Xingu e mostrando a importância de uma língua geral para a unidade indígena e sua preservação como povo ou nação, sendo a língua o elo que mantém unido um povo, uma vez que ela interage entre o indivíduo e o grupo social ao qual pertence. O caráter social da língua Kamayurá como língua geral na região do Xingu nas décadas de 1940-1950, apresentado pelo romancista em sua obra “Arraia de Fogo”, é um aspecto interessante a ser estudado por nós, pois tal fator acarreta a unidade indígena naquela região, hoje transformada em Parque Nacional.

Fiz, para isso, um paralelo com outras obras, às vezes um contraponto, sempre firmados na narração de José Mauro de Vasconcelos, mesmo sendo ficção, mas, cremos, com um certo fundamento histórico, pois o escritor sempre tinha método originalíssimo: de início, escolhia os cenários onde se movimentariam seus personagens, e transportava-se então para o local, onde realizava estudos minuciosos, percorrendo, em alguns casos, léguas e léguas no sertão bruto . A convivência entre as várias tribos na região do Xingu, citadas pelo escritor, não é um fato utópico, pois é reafirmada em estudos de outros autores. Implantada através de um processo natural, o uso da língua geral não fez com que as tribos perdessem sua identidade, abandonando a língua materna, porque esse uso, da forma como o romancista afirma que surgiu, fez apenas com que a unidade entre as diversas tribos fosse mantida.

Primeiramente, situei as tribos alto-xinguanas no tempo e no espaço, e comentei sobre sua língua e sua cultura, sua população, além de comparar a implantação de uma língua geral entre diferentes tribos e em tempo e espaço diferentes, examinando a participação do homem branco no processo. Em seguida, passei a fundamentar nosso ponto de vista, com base na obra em questão.

Em qualquer meio profissional, o trabalho em equipe, para que seja bem sucedido, deve ter, apesar das diferenças e dos pontos de vista individuais, deve ter um eixo de comunicação central para que não se perca o objetivo do trabalho em questão. Se essa linha comunicacional não existe ou não flui bem, provavelmente haverá um prejuízo muito grande na seqüência do que se está fazendo e um acentuado desgaste pessoal.

E o que não deve haver no trabalho em equipe - e há muito, principalmente na Educação -, são quatro defeitos detestáveis nas pessoas; aliás, cinco que não se pode suportar: falsidade, bajulice, coscuvilhice, dedurismo e inveja. Onde existe um ou mais desses defeitos, é bastante difícil desenvolver um bom trabalho, principalmente em equipe.

Maurício Apolinário
Enviado por Maurício Apolinário em 30/07/2008
Código do texto: T1104075
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.