É possível lutar por um mundo mais justo e mais igual.
Sou professora de profissão e considero-me uma educadora por ideal que luta para formar cidadãos, donos da sua história que lutam e acreditam num mundo mais justo e mais igual.
No atual momento sinto-me cúmplice de um sistema que engessa vontades e quereres, pois minha fala não ultrapassa os muros da minha escola para ecoar nos ouvidos surdos de políticos descompromissados que usam a educação, somente em época de eleição, covardemente escondidos em falsas promessas de melhorias para auto-promoção, educação dá voto. Melhorias essas que não passam de paliativos esquecidos nos próximos quatro ou cinco anos de mandato, pois são descartadas, esquecidas propositalmente, porque não é interessante um povo instruído, que escolhe deixando de ser massa de manobra e assim ficar longe do objetivo final o da enganação. Desconhecer, desqualificar e ignorar são o que mais sabem fazer quando estão seguros nos seus gabinetes, contando os milhões. Daí eu pergunto-me e a base? Prá que base? O conhecimento não é construído, mas vem pronto e embutido num castelo feito de areia na beira do mar, de qualquer mar, com o intuito de apreciarmos e vê-lo desmanchar-se a cada dia. Nós que somos ponta, sequer somos consultados, tudo é imposto e posto para não durar nenhum verão, não dar certo.
Chega de fazer de conta que não estou percebendo todo esse engodo e continuar calada diante da injustiça com o nosso povo que aprendeu a calar e a desconhecer sua força.
Atualmente estou na direção de uma escola estadual e desde que assumi este compromisso, vesti, visto e suo a camiseta da luta para formar cidadãos críticos.
O primeiro passo foi um olhar muito especial para cada um, pois somos únicos e portanto diferentes, desta forma a escola torna-se mais humana. Todos os alunos têm voz, desde o jardim, na pré-escola os alunos manifestam-se, dão opinião. Todos são ouvidos, toda a comunidade está envolvida. Saber ouvir é difícil, mas é essencial para as relações saudáveis, mas não basta ouvir, devemos colocar-nos no lugar do outro, respeitar as diferenças.
Desenvolvemos, e digo desenvolvemos porque nada se faz sozinho, o coletivo, a união de mentes e vontades é que dão vida aos nossos anseios e tudo começou pelo projeto-mãe que deu origem a outros que são:" O AMOR AO MEIO AMBIENTE COMEÇA NO INTERIOR DA GENTE. SOU DA PAZ". Dele nasceram o "LER É LEGAL", todos lêem e interpretam o que lêem, uma vez por semana , envolvendo todos os professores e funcionários; "BRINCAR EM PAZ É A META, RECREIO DIRIGIDO É O MEIO DE ALCANÇÁ-LA", nosso recreio contempla todas as idades com o resgate de brincadeiras e jogos; " EDUCAR PARA A DIVERSIDADE É RESPEITAR A SI MESMO E AO OUTRO", resgatar o diálogo, construir normas de convivência, enfim enchergar o aluno com os olhos da alma, procurar entendê-lo e se fazer entender são práticas diárias que não têm tempo nem espaço, se faz a qualquer momento. Dentro desse espírito é que passeamos pela paz, participamos de jogos, fazemos festa e brindamos com alegria e trabalho todo o dia 19 de maio, o dia em que comemoramos nosso aniversário.
O nome da minha escola è Escola Estadual de Ensino Fundamental William Richard Schisler,situa-se na rua Visconde do Herval, no bairro Menino Deus. ( Numa outra ocasião eu conto o porquê desse nome.)