JUSTIÇA E IMPUNIDADE
As eleições se aproximam e, até agora, já ouvi candidatos dispostos a combater o desmatamento ilegal, a poluição, o crime organizado, a escassez de ensino de qualidade, o abandono da saúde, etc., etc., etc., mas não ouvi ninguém disposto a por ordem na casa, em primeiro lugar.
Sem ordem, sem regras justas e organização no ambiente nenhum escritório, empresa, comércio e nem nosso próprio lar alcançará suas metas.
Até agora não vi nenhum candidato disposto a lutar pelo primeiro passo para que o país comece a ser objetivo e justo. E no meu entender isso deveria começar impondo-se disciplina aos representantes do povo, terminando com a vergonhosa “imunidade parlamentar” nos termos em que é praticada atualmente. Essa imunidade deve ser limitada e não gerar foro especial para corruptos, ou mesmo suspeitos de corrupção. Afinal espera-se que tais representantes, levando em conta a sua grande responsabilidade, sejam pessoas cultas e competentes, predicados que os obriga ter mais lisura de caráter que o cidadão comum, o qual não desfruta de qualquer privilégio quando cai no erro.
Outro passo primordial seria, respeitando os primeiros artigos da Constituição Brasileira, dar tratamento igual a todos os brasileiros diante da Justiça. Como se pode respeitar um Poder cuja punição máxima, para seus membros, indignos do cargo, quando cometem crimes, é a absurda “aposentadoria compulsória”, isto é, continuar recebendo seus gordos salários sem trabalhar, para sempre. Um exemplo disso é o caso do Ministro do STJ, Paulo Medina que, acusado de vender sentença para a máfia do jogo carioca, desde abril de 2.007, ainda espera julgamento (?), em liberdade, sem exercer sua função e recebendo R$23,2 mil mensais (dinheiro que sai do bolso do trabalhador honesto).
Ora, senhores candidatos coloquem na frente de seus projetos a moralização da casa. Vamos acabar com foros e celas especiais. Quem tem curso superior ou cargo de responsabilidade é muito mais punível que o infeliz que só caiu na criminalidade por falta de oportunidade na vida, por ter nascido e sido criado no submundo da miséria que vocês sempre prometem combater. Por favor, não quero tratar meu voto como lixo, me apresentem alternativas dignas do verdadeiro povo brasileiro.
SP. 29/07/08
Fernando Alberto Couto