Jesus começou sua vida pública anunciando: “Convertei-vos e crede no Evangelho porque o Reino de Deus está próximo”. Para o Filho de Deus, converter-se é fazer parte do Reino de Deus, é comungar com a Sua Vontade eterna e realizar na vida tudo o que é do seu agrado.
Em outras palavras, converter-se “é tomar posse daquilo que se é”, ou seja, “imagem e semelhança de Deus” numa entrega total a Ele que nos salva e nos leva à condição da filiação divina. Pois, nossa conversão é profundamente necessária para que possamos experimentar a graça santificante do Senhor que nos torna filhos e filhas muitos amados.
Discorrendo sobre isto S. Paulo escreve: “Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito”. (Rm 12,1-2).
Porque, quem somos agora? Na realidade sem a graça de Deus não somos nada, porque mesmo existindo naturalmente somos destinados a morrer Indubitavelmente, isto é, sem escapatória alguma. A nossa condição de mortalidade revela a nossa fragilidade e a necessidade de buscarmos aquilo que nos faz perenes e isso só é possível mediante a fé. “Porque, sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro que ele existe e que recompensa os que o procuram”. (Heb 11,6).
Então, qual é mesmo a vontade de Deus para nós? Deus quer que sejamos santos e santas e enquanto não atingimos essa santidade, querida por Deus, precisamos de conversão, isto é, da transformação de nossa vida para voltarmos ao eu original, ou seja, ao estado de graça perfeito, à comunhão plena com “o autor e consumador de nossa fé”.
Eis o que escreve São João àqueles que são convertidos: “Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não o conheceu. Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é. E todo aquele que nele tem esta esperança torna-se puro, como ele é puro”. (1Jo 3,1-3).
Portanto, “A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê”. (Heb 11,1). E a conversão é a tomada de posse da vida eterna, que Deus dispõe a nosso favor desde toda eternidade, como herança imperecível que nos cabe, por aqui vivermos segundo sua vontade.
Paz e Bem!