ANALISE DA ESCOLA BRASILEIRA PENSANDO NO MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA

JUSTIFICATIVA

Globalização econômica e financeira, resultado da política neoliberal imposta por paises industrializados e emergentes exigem pessoas mais preparadas para enfrentar o dia-a-dia.

No contexto atual em que a informação é a base de tudo e a escola não esta mais apta a atender as exigências de uma sociedade inconstante, a transformação da escola na comunidade de aprendizagem é uma resposta à atual transformação social. Na comunidade de aprendizagem, todos os recursos educativos e culturais de uma sociedade geográfica e social são articulados e aproveitados para atender as necessidades básicas de aprendizagem de seus membros: crianças, jovens e famílias.

Segundo Imbernór (2001): “a educação no futuro não estará tanto nos professores, mas no apoio da comunidade.”

Os paises latino-americanos, nescessitam de uma educação flexível, capaz de responder as necessidades ao longo de toda vida. A educação básica deve permitir que a criança e o adolescente cresçam em dimensão ética e cultural, científica, tecnológica, econômica e social.

Para concluir, é oportuno afirmar que a educação é um elemento chave no desenvolvimento sustentável para a paz e estabilidade de um país, e, sobretudo, é um direito humano fundamental.

OBJETIVOS GERAIS

• Focalizar a educação neoliberal e a lógica estabelecida pela imperativa capitalista.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Analisar algumas implicações das políticas neoliberais no contexto da educação brasileira.

2. Caracterizar a sociedade capitalista e suas implicações na educação a alcance social do trabalho docente numa sociedade capitalista.

3. Compreender o alcance social do trabalho docente numa sociedade capitalista.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

“No espaço democrático, o patriarcado, no espaço da produçao, a exploração; no espaço do mercado, o fetichismo das mercadorias; no espaço da cidadania, a dominação; e finalmente, no espaço mundial, a troca desigual.”

Boaventura Souza Santos

Jornal do Brasil, 06 de agosto de 1995

Ao avaliarmos a necessidade de escolarização para o desenvolvimento das tarefas comuns do mundo do trabalho, podemos perceber que a escola moderna surgiu para adequar os corpos e as mentes a realizar tarefas simplesmente corriqueiras. Na época da Revolução Industrial, tais funções eram as da linha de montagem e foi para formar a massa de trabalhadores fabris que a escola se constituiu.

A escola se estabeleceu na modernidade como instrumento de formação de trabalhadores aptos a realizar as atividades mecânicas exigidas pela Revolução Industrial. Reivindicar atualmente a educação como meio para aquisição de habilidades necessárias para o mundo eletrônico, não lhe acrescenta novidade alguma. Ao contrario: apenas enfatiza o papel domesticador da escola. Não é porque a tecnologia se sofisticar que a formação de indivíduos capazes de opera - la se confunde com qualquer processo educativo.

Portanto, o sistema de ensino, é o ensino do sistema onde os centros escolares contribuem para produzir e reproduzir a ordem social, assim como também a escola pública articulada pelos donos do poder, se transformou num baluarte da ordem pública.

No Brasil, na década de 70, educadores, associações e partidos políticos, puseram em questão a organização e o funcionamento das escolas, assim como também suas funções sociais. Nesta visão, era preciso mudar a educação e consequentemente gerar uma mudança social, sendo esta articulada em torno da classe trabalhadora organizada.

Com o auge do neoliberalismo e a desrregularização do mercado de trabalho, na década de 80, a classe trabalhadora tradicional se viu dividida, descentralizada. O trabalhador que era estruturado e sindicalizado, se percebeu em condições precárias de trabalho, e consequentemente em dificuldades econômicas, aumentando os de marginalização e miséria. Unidas a isso surgem greves, doenças, drogas, delinqüência comum, agravando ainda mais o quadro de morte social.

A ruptura de transição entre escola e trabalho leva a repensar melhor as relações invisíveis entre a escola e o capitalismo. As empresas despedem funcionários, as universidades são impedidas de recompor os seus quadros, as escolas são estimuladas a procurar parcerias para financiar os seus projetos, tudo num infindável esforço de racionalização de recursos. A partir dessas perspectivas frustradas, podemos perceber que além de não resolver os problemas da desigualdade social e da falta de empregos, o neoliberalismo gera incontestavelmente mais pobreza e desemprego. Em sua lógica, a concentração de maior volume de recursos, em poder dos mais ricos, tende a gerar novas alternativas de investimentos produtivas, criando empregos e redistribuidores de renda. Pior, o neoliberalismo cria os desejos de consumo e a impossibilidade de consumir.

E quanto às crianças das classes mais pobres? Estas estão submetidas à exploração, à fome, às doenças, aos maus-tratos, a falta de moradia, e a serem instrumentos para mendicância. A realidade dessas crianças nos toma, não como tomada de consciência, mas nos provoca em nossas emoções, fazendo com que possamos nos sentir com a missão cumprida ao participar do Criança Esperança, esquecendo da função do Estado.

Perde-se no tempo e no espaço a luta direcionada, pelo principio do que a educação é de direito de todos e dever do Estado.

Para tentar melhorar este quadro foi fundado a Bolsa Família, Bolsa Escola e o FUNDEF.

A Bolsa Família, Bolsa Escola vêem para ajudar na universalização do acesso ao ensino e ajudar no sustento da família, como programa de complementação de renda porque é baseado num princípio muito simples: só recebe o dinheiro a família que provar que as crianças freqüentam as aulas.

O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério – FUNDEF, foi criado e implantado em todos os estados no final de 1996.

Seu principal objetivo é descentralizar os recursos destinados à educação. A ementa constitucional que criou o fundo, estabelece que ele é formado por parte dos impostos estaduais e municipais, mais15% dos fundos de Participação dos Estados e dos Municípios.O controle é feito por cada Estado, impedindo que o dinheiro de uma região vá para outra.

A distribuição do dinheiro, sempre no âmbito estadual, varia conforme o número de alunos matriculados em cada município.

Assim, cidades que têm orçamento baixo, mas muitos estudantes na rede de ensino ganham um reforço de caixa.

Em todas as cidades, o dinheiro é depositado em contas vinculadas. Para utilizá-lo, os prefeitos precisão prestar contas aos conselhos locais de fiscalização.

Por lei, pelo menos 60% do montante tem de ser destinado à folha de pagamento dos docentes.

CONCLUSÃO

Conclui-se que nas escolas, tem que haver a mobilização da população, das Organizações Não-governamentais, das empresas - enfim da sociedade para ajudar a implantar mudanças pedagógicas, a administrar e fiscalizar o uso do dinheiro dentro e fora da sala de aula.

O primeiro passo desse processo é a descentralização – dar à escola o poder de decidir seu plano pedagógico, o material que quer utilizar e como gastar o seu dinheiro. Por isso, a participação das famílias é tão importante. A questão mais importante hoje é envolver os pais no debate sobre a qualidade do ensino. Pois eles devem assumir junto a responsabilidade pela administração e pelo processo educativo.

O poder público tem a função de oferecer ensino de qualidade, capaz de formar cidadãos confiantes e preparados .Assumir sua responsabilidade e tratar com mais atenção os problemas ligados à educação, principalmente nos bolsões de pobreza. Como o O FUNDEF, que entrou em vigor em todos os estados brasileiros no final de 1996,depois de uma experiência piloto no Pará. Todo o sistema é automatizado e a verba é repassada diretamente pelo Banco do Brasil aos municípios para que as crianças estudem em vez de pedir esmolas e trabalhar para ajudar no orçamento da casa. O próprio governo aponta o FUNDEF como o responsável por sua maior vitória no campo educacional: ter 96% dos brasileiros entre 7 e 14 anos matriculados. E a criação da Bolsa Família e Bolsa Escola para famílias com renda de até um salário mínimo.

A educação só vai melhorar de verdade quando o professor tomar para si o poder de decisão, e para isso têm que se atualizar diante das mudanças fazendo curso de capacitação, considerando sempre suas necessidades pedagógicas. Dedicar-se mais horas a treinamento, aperfeiçoa-se sempre para que suas aulas não se tornem somente aulas de reforços, mais utilizando a interdisciplinaridade, atividades extracurriculares como: aulas de reforço para aqueles que possuem notas baixas, cultivos de plantas e hortifrutigranjeiros, jogos recreativos e esportivos, bem como de aula de dança, música, teatro, artesanato e leitura. Transformando a escola num espaço de experimentação e criação, no ensino fundamental, utilizando brinquedos, computadores para ensinar ciência e tecnologia. Oferecer pelo menos três refeições diárias, doadas pelo governo municipal ou empresários da região, nas escolas públicas. Assim usa-se o poder de transformar através da transmissão do conhecimento para um ensino de qualidade.

De nada adianta apenas colocar as crianças na escola, pôr em prática projetos pedagógicos conceituados (caso da adoção dos ciclos) ou entregar o dinheiro diretamente às prefeituras. Enquanto houver brasileiros se evadindo, repetindo de ano, incapazes de dominar conhecimentos, continuarão aparecendo as manchas no lençol. E a nossa realidade -todo professor sabe bem – está cheia dessas manchas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

• COSTA,MarisaVarraber(org.).ESCOLA BÁSICA NA VIRADA DO SÉCULO:Cultura,Política e Currículo.-3 ed.-São Paulo:Cortez,2002;

• LEI Nº 9424/96,24 de dezembro.Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério,na forma prevista no art.60,&7º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, e da Outras Providências;

• Htpp://www.zmag.org/singered.htm;

• Htpp://www.schwartzman.org.br/simon/ipea.htm.