1 8 0 8 - A FUGA
A fuga da família real para o Brasil pegou o povo português de surpresa. Nos últimos dias que antecederam o embarque da família real para o Brasil havia uma movimentação atípica de pessoas e mercadorias no porto. Dava até para desconfiar que alguma coisa de estranho estava acontecendo. No entanto, nunca passou pelas cabeças dos súditos de Sua Majestade que toda a família real estava fugindo para o Brasil, deixando o povo abandonado à própria sorte. Os portugueses ficaram completamente desprotegidos diante da animosidade das tropas de Napoleão Bonaparte que avançavam no território português em direção a Lisboa.
Realmente, não dava para imaginar a engenhosidade da família real, onde só a Rainha Dona Maria I, a louca, teve um momento de lucidez, ao dizer para os cocheiros da carroça que a transportava: “Vocês estão correndo muito. Vão mais devagar, assim pensarão que estamos fugindo”
A situação dos portugueses não era nada fácil. Ora, Imagine você se um belo dia o brasileiro acordasse e tomasse conhecimento pelos jornais, em edição extraordinária, que o Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva fugiu levando consigo sua esposa, seus filhos, o irmão Vavá, todos os ministros e os funcionários mais graduados dos ministérios.
Com o presidente também iriam todos os nossos reais que se encontravam depositados nos bancos oficiais, inclusive as jóias em penhor depositadas na Caixa Econômica Federal. Também o presidente havia levado todo o dinheiro do depósito dos bancos que se encontrava sob custódia do Banco Central do Brasil.
A comitiva presidencial – dizia o repórter - havia partido com destino à Europa, do porto de Sepitiba-RJ, em navios da Marinha de Guerra e da Petrobrás.
Alguns brasileiros, quando souberam da fuga se dirigiram ao porto, mas os navios já haviam partido. Ficaram, então, a ver navios.
Pois bem, foi o que aconteceu em 1808.