OS PROBLEMAS DA AVALIAÇÃO ESCOLAR
Os problemas da avaliação são, na realidade problemas do sistema educacional, já que o uso que se faz da avaliação é reflexo de uma filosofia educacional. Meditar sobre esses problemas é muito relevante, porque a partir de resultados da avaliação escolar, decisões educacionais e sociais são tomadas, e muitas destas irão influir diretamente sobre vidas humanas e seus destinos.
A desconsideração da avaliação como elemento de ensino e de aprendizagem faz com que, muitas vezes, sejam realizadas verificações apenas para lançar uma nota, classificar alunos, e assim por diante. Assim a avaliação deixa de fornecer informação úteis para melhorar a qualidade do processo, além de não contribuir para que se possa identificar a qualidade do desempenho ao aluno e corrigir as falhas a tempo. O aluno que não atingir a fase de compreensão, não pode partir para aplicação; sem habilidade para escrever e ele nem sequer poderá compreender, e assim sucessivamente. Logo, é imprescindível que os profissionais do ensino descubram a avaliação como ferramenta eficiente para ajudá-los no processo educacional.
O desvirtuamento da função pedagógica da avaliação talvez seja o problema central e, em parte gerador de um desinteresse pelos estudos científicos da avaliação. O problema da avaliação é de ordem macro educacional, já que as mais perfeitas reformas ficaram sem conclusão suficientes em termos quantitativos e qualitativos. O problema é de ordem econômica se o docente não recebeu a devida formação profissional, como poderá atingir tal domínio.
Outra problemática da avaliação tradicional é utilizá-la como recompensa aos “bons” alunos e punição para os desinteressados ou indisciplinados. As notas são transformadas em armas de intimidação e ameaça para uns e prêmios para outros. É comum a prática de dar e tirar “pontos” conforme o comportamento do aluno ou a preocupação excessiva pela exatidão da nota, às vezes reprovando alunos por causa de décimo. Nestas circunstâncias, o professor exclui o seu papel de docente, isto é, o de assegurar as condições e meios pedagógicos-didáticos para que os alunos sejam estimulados e aprendam sem necessidade de intimidação.
Um dos aspectos bastante comum na avaliação tradicional é tomar esta unicamente como o ato de aplicar provas, atribuir notas e classificar os alunos. O professor reduz a avaliação a cobranças daquilo que o aluno memorizou e usa a nota somente como instrumento de controle. Ainda hoje, há professores que se vangloriam por deter o poder de aprovar e reprovar. Quantas vezes se ouvem afirmações inteiramente falsas sobre o que deve ser um trabalho docente de qualidade. Tal idéia é descabida, primeiro porque a atribuição de notas visa apenas o controle formal, com objetivo classificatório e não educativo; segundo, porque o que importa é o veredicto do professor sobre o grau de adequação e conformidade do aluno ao conteúdo que transmite. Essa atitude ignora a complexidade de fatores que envolvem o ensino, tais como os objetivos de formação, os métodos e procedimentos do professor, situação social dos alunos, as condições e os meios de organização do ensino, os requisitos prévios que têm os alunos para assimilar matéria nova, as diferenças individuais,o nível de desenvolvimento intelectual, as dificuldades de assimilação devidas as condições sociais, econômicas e culturais adversas dos alunos.
Na avaliação tradicional há professores que rejeitam as medidas quantitativas de aprendizagem em favor de dados qualitativos de aprendizagem. Consideram que as provas de escolaridade são prejudiciais ao desenvolvimento autônomos das potencialidades e da criatividade dos alunos. Acreditam que, sendo a aprendizagem decorrente preponderantemente da motivação interna do aluno, toda situação de prova leva à ansiedade, à inibição e ao cerceamento do crescimento pessoal. Por isso, recusam qualquer quantificação dos resultados.
Os problemas aqui apontados da avaliação tradicional evidenciam duas posições extremas em relação à avaliação escolar: considerar apenas os aspectos quantitativos ou apenas os qualitativos. No primeiro caso, a avaliação é vista apenas como medida e, ainda assim,mal utilizada. No segundo caso, a avaliação se perde na subjetividade de professores e alunos, além de ser uma atitude fantasiosa quanto aos objetivos da escola e à natureza das relações pedagógicas.
Conclusão
Diante do exposto, conclui-se que o processo avaliativo do ensino-aprendizagem, através das formas de avaliar, possibilita ao docente o conhecimento de cada um educando, estabelecendo uma base para as atividades de ensino e aprendizagem. E o docente ao analisar os resultados do rendimento escolar dos alunos, obtém informações sobre o desenvolvimento do seu próprio trabalho, sendo assim, a avaliação escolar é um processo que deve ocorrer nos mais diferentes momentos do trabalho, visando sempre diagnosticar e superar dificuldades, corrigir falhas e estimular os alunos a que continuem dedicando-se aos estudos. Deste modo, por si, o ato avaliativo, é um ato amoroso. Infelizmente, alguns docentes, ainda vivem apegados as experiências histórico-sociais e pessoais, a cultura do exame e da nota ainda reinando na sociedade, tendo dificuldades em assim, compreender e praticar o verdadeiro significado da avaliação. No entanto, o verdadeiro significado do processo avaliativo é uma meta a ser trabalhada por nós, que, com o passar do tempo, por meio de nossas ações, transformaremos em realidade e teremos um ensino de excelência.