O PECADO DA COR
No momento em que o mundo acompanha a possível ascensão de um negro ao posto de mandatário do país mais poderoso do globo, acontece na Tanzânia cenas dignas de um filme de terror. Não bastasse a luta contra a miopia, preconceitos, segregação e câncer de pele, os albinos agora precisam se defender contra atentados às suas próprias vidas.
Uma onda de selvageria das mais animalescas vem causando pânico naquele país. Só no ano passado, 19 pessoas foram mortas pelo simples fato de serem albinas. Os algozes que adentram nos lares fazendo mutilações arrancam partes dos corpos de suas vítimas sob o pretexto de que estão adquirindo amuletos da sorte. Sim, isso mesmo, pedaços de pele e de membros dos albinos são tratados com "reverência", acreditam que eles, os albinos, que padecem pela falta da melanina, responsável pela pigmentação da pele, são seres mágicos, especiais, semideuses.
Ora, em pleno século 21, quando o homem alcançou extraordinárias conquistas, como pode retroceder a um estado animal tão assustador?
Certamente podemos classificar esse absurdo comportamento como um processo de obsessão coletiva. O espiritismo esclarece que uma influência perniciosa de vários espíritos maus atuando planejadamente para exercer sobre um determinado grupo ou uma coletividade religiosa, cientifica, política ou social, pode e tem causado pensamentos e atitudes aberrantes de terror e violência. "Orai e vigiai" aplica-se a todos e a tudo.
No livro Obras Póstumas, Allan Kardec afirma: "O que pode um Espírito fazer com um indivíduo, podem-no muitos Espíritos com muitos indivíduos simultaneamente e dar à obsessão caráter epidêmico."
JAIRO LIMA