Perdoar.

É comum, as pessoas ressaltarem, a importância e a necessidade do ato de perdoar.

Sem dúvida, acredito que trata-se de um gesto nobre, porém, tão nobre que poucos são realmente capazes de tamanha grandeza, se é que o são.

Não estou aqui, enveredando-me para o caminho da vingança, pois, esta, além da negação do perdão é acrescida do desejo da devolução, que é bem diferente, trata-se de uma "mágoa cultivada e enriquecida". Quanto ao perdão, por saber que ninguém é perfeito e talvés, por aceitar meus defeitos, não me envergonho de admitir que, entre minhas qualidades não inclui-se tamanha capacidade. Até hoje, não sei se, não "me ensinaram direito, ou, quem sabe, eu quem não quiz aprender, ou, faltou-me inteligência para tanto. A verdade é que, não sei perdoar. Relevo, dou nova chance quando acredito, tento não pensar, ou seja, "confio desconfiando" porém, não esqueço, logo, não perdoo, afinal, perdoar é esquecer, acho...

E então, surge-me a dúvida: quem perdoa realmente esquece? Se não esquecer, impossível perdoar... E aí? Como consegue se, quando tentamos "passar a borracha em algo errado" por melhor que o façamos, nunca conseguimos eliminar todos os vestígios. Sendo assim, para que esqueçamos algo necessário de perdão, primeiro, ou, precisaríamos ter pouca memória, ou, uma bondade quase que Divina para tanto.

Sendo assim, será que existe realmente, quem seja capaz de perdoar de verdade, ou, apenas, entendam por perdão, o simples ato de passar a borracha???

Lara Rodrigues
Enviado por Lara Rodrigues em 26/06/2008
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