Projeto Capoeira Viva

1. APRESENTAÇÃO

O "Projeto Capoeira Viva" foi elaborado pela equipe do "Grupo Capoeira Raça Negra" de nossa Cidade, sul do Estado, sob coordenação do Mestre Pelé.

O "Projeto Capoeira Viva" será executado durante um ano, de janeiro a dezembro de 2008, com objetivo de valorizar a prática da arte da capoeira, uma das mais antigas e populares manifestações culturais do Brasil, que tem o título de Patrimônio Nacional.

1.1 CONHECENDO A CAPOEIRA BRASILEIRA

A “capoeira” é uma das mais importantes formas de expressão cultural do Brasil.

A capoeira é uma mistura de luta, dança, cultura popular e música. Ela foi desenvolvida por escravos negros e seus descendentes, que foram trazidos da África ao Brasil.

A capoeira é caracterizada por movimentos rápidos e complexos, com a utilização dos pés, as mãos e diversos elementos da ginástica e da acrobacia. Uma característica que diferencia a capoeira de outros tipos de lutas (Judô, Karatê, Jiu-Jitsu, etc.) é o fato dela ser acompanhada por instrumentos musicais e canções.

O termo “capoeira” possui alguns significados, um dos quais refere-se às áreas de mata rasteira do interior do Brasil. Foi sugerido que capoeira obtivesse o nome a partir dos locais que cercavam as grandes propriedades rurais de base escravocrata.

A “dança” ou “luta” da capoeira é executada por 2 (dois) parceiros, seguindo o toque do berimbau, simulando intenções de ataque, defesa e esquiva.

Praticar essa “dança” exige muito mais do que só a habilidade, pois o praticante da capoeira precisa ter força e autoconfiança. Ele deve ter uma relação de cumplicidade com o companheiro do jogo, mas sempre buscado demonstrar sua superioridade sobre o seu parceiro.

A base da “dança” é o movimento conhecido como “gingado”, do qual nascem todos os outros movimentos, que surgem num desenrolar aparentemente espontâneo e natural, porém com um objetivo dissimulado de obrigar o seu parceiro a admitir a própria inferioridade.

Uma grande diferença da capoeira em comparação às outras lutas é a sua maior liberdade de criação. Mas, além disso, a capoeira também valoriza a obediência aos rituais, a preservação das tradições e o respeito a todos, especialmente aos "mais velhos".

Os instrumentos usados na prática da capoeira expressam a forte miscigenação cultural entre as culturas africanas e os elementos dos católicos portugueses e dos índios americanos.

O berimbau (instrumento de uma corda só, que tem origem no povo africano “banto”) é o principal instrumento da capoeira, pois ele é quem dá o ritmo da “dança”. A “viola” e o “atabaque” são outros instrumentos comuns nas “rodas de capoeira”.

Os praticantes da capoeira “jogam” usando “abadás” (camisas folgadas, feitas de algodão ou material sintético) e calças brancas, também folgadas, para não atrapalhar os movimentos. É comum que os homens “joguem” a capoeira sem camisa, apenas com a calça, presa na cintura pela “corda”. A "corda da capoeira", assim como a faixa nos demais esportes de luta, simboliza o grau de aperfeiçoamento, experiência e técnica do praticante da luta. As cores das cordas de capoeira variam de grupo para grupo e de região para região.

Todo praticante de capoeira recebe um "nome de batismo", um apelido pelo qual é reconhecido por todos os companheiros de "luta".

1.2 SAIBA UM POUCO DA HISTÓRIA DA CAPOEIRA EM NOSSA CIDADE

O primeiro professor de capoeira em nossa cidade foi o funcionário público José Pedro, apelidado de “Foquinha”, que há cerca de 25 anos atrás iniciou a prática da capoeira em nossa Cidade. Naquela época, as “Rodas de Capoeira” aconteciam no antigo “Campo do Cosmo”, que ficava na quadra situada entre as Avenidas Brasília e Bahia, e as Ruas 01 e 02, no centro da Cidade.

De lá para cá já surgiram e se extinguiram diversos grupos de capoeira em nossa Cidade. Alguns dos grupos atuais de praticantes da capoeira, como por exemplo a “Equipe Capoeira”, o “Grupo Raízes” e o “Grupo Arte Folclore”, são frutos do pioneirismo do prof. “Foquinha”.

Hoje, a proposta do “Projeto Capoeira Viva” do Mestre Pelé se inspira na história dos primeiros capoeiristas de nossa cidade.

O Mestre Pelé iniciou a prática da capoeira em 1989, como aluno do prof. José Pedro. Em 1994, formou-se como Mestre. Em 1996, fundou o "Grupo Capoeira Raça Negra".

Hoje, o Mestre Pelé está dando aulas no PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) que é desenvolvido pelo Governo Federal em parceria com a Prefeitura Municipal.

As aulas são ministradas cinco vezes por semana, de segunda a sexta, das 08:00 às 11:00 horas. As aulas são abertas à comunidade em geral. A partir de 6 anos de idade, qualquer pessoa pode participar.

Além disso, o Mestre Pelé realiza “Rodas de Capoeira”, ao final das tardes de sábado na “Praça Santo Antônio”, Centro da cidade. Essas “Rodas de Capoeira” são momentos em que há a integração dos alunos do PETI e de alunos, professores e mestres de diversos grupos de capoeira de nossa Cidade e região.

2. OBJETIVOS

O "Projeto Capoeira Viva" possui três objetivos, que são:

- Difundir a técnica e a cultura da capoeira no nosso municipio;

- Promover a capoeira como uma forma de integração social e familiar;

- Levar a prática da capoeira para os “Programas Socias” que são desenvolvidos em nossa Cidade.

3. PARCEIROS DO “PROJETO CAPOEIRA VIVA”

O “Projeto Capoeira Viva” contará com os seguintes parceiros:

- Prefeitura Municipal;

- Secretaria Municipal de Educação e Desporto;

- Fundação Municipal de Cultura;

- Secretaria Municipal de Ação Social;

- Secretaria Estadual de Trabalho e Desenvolvimento Social.

4. AÇÕES DESENVOLVIDAS

As ações desse Projeto estão divididas em três partes.

A primeira parte, são as aulas teóricas e práticas que serão desenvolvidas nas Creche Maria Madalena e na Sede do Projeto Pioneiros Mirins.

A segunda etapa será a realização de duas exposições de desenhos e pinturas feitos por alunos de capoeira durante as aulas. Essas exposições acontecerão ao final de cada semestre escolar, em julho e dezembro.

A terceira etapa se refere a realização do “1º Festival de Capoeira do Sul do Tocantins”, que acontecerá na segunda quinzena do mês de novembro, em comemoração aos 50 anos de emancipação política de nossa Cidade.

Cada uma dessas três partes do "Projeto Capoeira Viva" será apresentada com mais detalhes a seguir.

4.1 AULAS DE CAPOEIRA

Aulas com ensinamento teórico e com atividades práticas, que incluem o “Treinamento da Capoeira” e as “Rodas de Capoeira”.

As aulas serão ministradas duas vezes por semana (terça e quinta) na Sede do Programa Pioneiros Mirins e três vezes por semana (segunda, quarta e sexta) na Creche Maria Madalena.

O treinamento começará com o aquecimento, alongamento e o gingado. Além disso, é no treinamento que se faz o repasse dos princípios e valores da capoeira. O tempo de treinamento será de 01 (uma) a 02 (duas) horas em cada aula. O tamanho das turmas de Capoeira pode variar bastante, indo de 10 a 100 alunos.

A cada semana, será reservado um momento da aula para a realização de desenhos e pinturas, que servirão para completar a segunda etapa do Projeto – as exposições no Centro Cultural de nossa Cidade.

As aulas serão ministradas pelo Mestre Pelé com a ajuda de monitores. O melhores alunos poderão ser monitores de outras turmas. Não há idade, para se começar a praticar a capoeira, mas recomenda-se que a prática inicie aos 6 anos de idade.

A medida que eles forem praticando, espera-se que haja a integração desses novos alunos da Creche Maria Madalena e do Programa Pioneiros Mirins com os alunos do PETI.

Os alunos serão estimulados a participar das “Rodas de Capoeira” que acontecem todos os sábados na praça Santo Antônio, pois é na roda que se pratica o que se aprendeu no treinamento.

4.2 EXPOSIÇÃO DE DESENHOS E PINTURAS

Conforme dito anterioemente, ao longo de cada semana, serão reservados alguns momentos para a prática de desenhos e pinturas com a temática capoeira.

Ao final de cada semestre (julho de dezembro) haverá uma seleção dos melhores trabalhos para serem apresentados em exposições a serem realizadas no Centro Cultural de nossa Cidade.

A equipe da Fundação Cultural será responsável pela seleção dos melhores trabalhos artísticos (desenhos e pinturas).

Esse trabalho servirá para expor a cultura da capoeira, estimulando a produção artística local.

4.3 FESTIVAL DE CAPOEIRA

Esse será o “1º Festival de Capoeira do Sul do Tocantins”, que acontecerá na segunda quinzena do mês de novembro, em comemoração aos 50 anos de emancipação política de nossa Cidade.

Esse Festival vai durar 3 (três) dias, de sexta a domingo, e contará com a participação de capoeiristas de todo Estado.

Haverá a premiação das melhores apresentações, por faixa etária, com entrega de troféus e prêmio em dinheiro.

A realização desse Festival contará com ampla divulgação nos veículos de comunicação (jornais, rádios, etc.), pois será um momento de valorização e reconhecimento do aprendizado dos alunos, considerando que os mesmos terão a oportunidade de mostrar para toda a sociedade tocantinense os valores da capoeira brasileira.

Logo a seguir, no item orçamento, estão apresentados os valores das passagens, hospedagem e alimentação dos professores e mestres que serão convidados a participar do Festival.

5. ORÇAMENTO

Para a realização desse “Projeto Capoeira Viva será preciso que os uniformes (abadá e calça) e instrumentos sejam adquiridos. Além disso, pretendemos produzir material de divulgação (cartazes, folders, faixas, etc.) para divulgação do “1º Festival de Capoeira do Sul do Tocantins”. Por fim, apresentamos os valores referentes a vinda dos convidados (professores, mestres, etc.) do Festival.

O Quadro 1 mostra o orçamento dos uniformes.

O Quadro 2 mostra o orçamento do material de divulgação (cartazes, folders, faixas, etc.).

O Quadro 3 mostra o orçamento da hospedagem e alimentação dos mestres e professores de capoeira que serão convidados para o 1º Festival de Capoeira do Sul do Tocantins.

QUADRO 1. Orçamento dos uniformes.

Item --------------- Quantidade ------------ Preço (R$) ----

Abadá ------------ 30 unidades ------------- 450,00 -------

Calça ------------- 30 unidades ------------- 600,00 -------

Corda ------------- 30 unidades ------------- 300,00 -------

TOTAL -------------------------------------- 1.350,00 -----

QUADRO 2. Despesas com divulgação.

Item --------------- Quantidade ------------ Preço (R$) ----

Folder ------------ 1.000 unidades ---------- 600,00 -------

Cartazes ---------- 200 unidades ------------ 150,00 ------

Faixas ------------- 10 unidades ------------- 300,00 -----

TOTAL -------------------------------------- 1.050,00 ----

QUADRO 3. Despesas com alimentação e hospedagem.

Item --------------- Quantidade ------------ Preço (R$) ----

Hospedagem -------- 5 pessoas ------------- 750,00 -------

Alimentação -------- 5 pessoas ------------- 450,00 ------

TOTAL -------------------------------------- 1.200,00 -----

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Capoeira. 2008. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Capoeira. Acessado em 11 de junho de 2008.

Decanio Filho, Angelo Augusto. 2008. O que é capoeira ? Disponível em: http://www.portalcapoeira.com/capoeiradabahia/content/blogcategory/108/184/ Acessado em 10 de junho de 2008.

SALERA JÚNIOR, G. 2008. Capoeira. Jornal Mesa de Bar News, edição n. 279, p. 10, de 26/09/2008. Gurupi – Estado do Tocantins. Disponível em: http://www.recantodasletras.com.br/ensaios/1068647

SALERA JÚNIOR, G. 2008. Capoeira: Patrimônio Nacional. Jornal Mesa de Bar News, edição n. 274, p. 10, de 22/08/2008. Gurupi – Estado do Tocantins. Disponível em: http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/1125826

7. AGRADECIMENTOS

Esse Projeto se inspira no trabalho dos capoeiristas da "Capital da Amizade", especialmente ao prof. Durão e prof. Navalha que há muitos anos atuam para disseminar essa arte genuinamente brasileira em nosso Estado. A esses amantes da capoeira deixo meus votos de agradecimentos e minhas considerações.

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Gurupi – TO, Junho de 2008.

Giovanni Salera Júnior

E-mail: salerajunior@yahoo.com.br

Curriculum Vitae: http://lattes.cnpq.br/9410800331827187

Maiores informações em: http://recantodasletras.com.br/autores/salerajunior

Giovanni Salera Júnior
Enviado por Giovanni Salera Júnior em 23/06/2008
Reeditado em 26/11/2011
Código do texto: T1047416
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