Lula e Gandhi
Em 2006, o então presidente-candidato andou se comparando com algumas figuras históricas. Comparou-se com Jesus Cristo e com Tiradentes. Logo apareceu uma piadinha na internet: “a gente o crucifica ou o enforca”? Lula também se comparou com Gandhi, o exótico pacifista que dormia com moças nuas para se aquecer.
De fato, Lula tem algumas semelhanças com Gandhi. Enquanto Gandhi se apresentava como pobre, porém tinha uma entourage muito dispendiosa para lhe dar apoio, Lula, o “pai dos pobres”, tornou-se milionário durante o período em que está à frente da presidência da República, por conta, principalmente, das diárias que recebe por suas infindáveis viagens.
“Gandhi não foi um libertador, mas um político exótico, cujo florescimento só foi possível graças à proteção proporcionada pelo liberalismo britânico. (...) Conhecemos mais sobre as intimidades de sua vida do que a de qualquer outro ser humano na história. Ele vivia em público no seu ahsram ou acampamento religioso, atendido por um numeroso círculo de mulheres devotas, cuja maioria estava sempre pronta a descrever sua forma de viver nos mínimos detalhes. Em meados dos anos 70, já existiam mais de quatrocentas biografias dele, e a edição inglesa de seus pronunciamentos, compilada por cinqüenta pesquisadores e trinta funcionários do Ministério da Informação indiano – que criou um departamento especial com esse propósito – preencheria oitenta volumes com uma média de 550 páginas cada.
Todas as manhãs, ao se levantar, a primeira pergunta de Gandhi às mulheres que o serviam era: ‘Os seus intestinos funcionaram bem essa manhã, irmãs?’ Um dos seus livros favoritos era Constipation and our Civilization, que relia constantemente. Estava convencido de que o mal nascia da sujeira e da alimentação inadequada. Apesar de comer com grande apetite – ‘Era dos homens de maior apetite dentre os que conheci’, disse um discípulo – sua alimentação era cuidadosamente escolhida e preparada. Bebia uma mistura de bicarbonato de sódio, mel e suco de limão, e mastigava grande quantidade de alho esmagado disposto em tigelas ao lado dos pratos vegetarianos (não tinha olfato – um atributo útil na Índia). Ao atingir a meia-idade, Gandhi se voltou contra a mulher e os filhos, isto é, voltou-se, na verdade, contra o próprio sexo. Achava as mulheres melhores que os homens porque supunha que não tinham prazer com o sexo. Realizou experiências de sua chamada Brahmacharya dormindo com moças nuas apenas para se aquecer. Sua única ejaculação seminal na passagem da meia-idade para a velhice foi durante o sono, em 1936, quando tinha 66 anos, fato que o perturbou bastante.
(...) Na verdade, o próprio ashram de Gandhi, com seus gostos ‘simples’, porém muito dispendiosos, e inumeráveis ‘secretários’ e empregadas, só se sustentava com pesados subsídios estipendiados por três príncipes mercadores. Assim observou uma pessoa do seu círculo: ‘Custa muito dinheiro manter Gandhi vivendo na pobreza’ ” (Paul Johnson, in Tempos Modernos, pg. 397-398) (*).
E quanto custa manter Lula se apresentando como o “pai dos pobres”? Custa caro, caríssimo, como podemos comprovar, a seguir.
Inicialmente, Lula custa caro ao Brasil por ter-se aposentado aos 42 anos, recebendo uma “Aposentadoria de Anistiados”, que no mês de Fevereiro de 2008 foi de R$ 4.658,05 com desconto igual a R$ 0,00 (fora a de “ex-metalúrgico”). Qualquer trabalhador com menos de 65 anos e benefícios acima de R$ 1.258,00 paga imposto de renda na fonte. Lula não foi exilado, preso político nem torturado – por que então essa regalia? Lula pegou alguns dias de xilindró como preso comum, não como preso político, por ter afrontado a Lei de Greve.
Aliás, esse tipo de piñata imoral foi estendida a muitos “militantes políticos” ou familiares de, por conta de uma alegada “perseguição política”. Entre os privilegiados da sorte grande, pode-se citar os familiares dos terroristas Prestes, Apolônio de Carvalho, Lamarca e Marighela, e o escritor Carlos Heitor Cony, que recebeu uma indenização de cerca de R$ 1,5 milhão e salário mensal equivalente ao de ministro do STF – o maior salário da nação para funcionários públicos. Segundo a revista Veja (artigo "Comunistas profissionais), de 11/10/2006, pg. 74, o montante de indenizações concedidas por FHC e Lula já chega a R$ 3 bilhões!
Lula custa caro ao Brasil porque viaja muito. Para viajar com mais conforto ao exterior, sem muitas escalas, Lula gastou quase R$ 200 milhões para comprar o Air Force 51, mais conhecido como “Aerolula” – valor que daria para construir 5 hospitais, como afirmou Alckmin no debate da Band. Viajando muito, Lula custa caro ao País porque recebe diárias que, no exterior, são pagas em dólares. Devido a essa e outras mordomias palacianas, em que não precisa despender nenhum centavo para pagar casa, cama e comida – embora se hospede nas casas de embaixadores, no exterior, com casa, cama e comida grátis -, em três anos e meio Lula tornou-se milionário, duplicando seu patrimônio, hoje avaliado por ele próprio em torno de acima de R$ 1 milhão.
Lula custa caro ao Brasil porque criou vários ministérios inúteis, com o único objetivo de empregar a “companheirada” que havia sido derrotada nas eleições de 2002, a exemplo de Olívio Dutra. Custa caro ao País sustentar Lula porque permitiu que o PT tomasse de assalto o Estado brasileiro, criando mais de 20.000 novos cargos de confiança para petistas e aliados, chegando perto do astronômico número de 50.000 cargos (os EUA têm somente 4.000 cargos semelhantes). Além de ser um verdadeiro assalto aos cofres públicos, essa “ação entre amigos” foi feita para forrar os cofres do Partido, pois todos os “kamaradas” têm que pagar o “dízimo” à igreja petista.
Lula custa caro ao Brasil, muito mais do que Gandhi custava à Índia, porque permitiu a maior roubalheira que se tem notícia na história brasileira. O governo Collor, ao lado do de Lula, foi um convento de freiras. Mensalão, dólares na cueca, dólares das FARC, dólares de Cuba, sanguessugas, dossiêgate são os mais novos neologismos criados por Lula e pelo PT, já comuns na boca de toda a população brasileira – e até no exterior.
Lula custa caro ao Brasil por permitir que seu filho, Lulinha, e dois sócios petistas recebessem R$ 15 milhões da Telemar, dinheirama injetada numa firma de fundo de quintal. Hoje, Lulinha possui um canal de televisão e quando a imprensa pede explicações por essa sem-vergonhice, Lula candidamente desconversa, dizendo que ninguém tem nada a ver com os negócios de seus familiares. Nos negócios de sua família, realmente ninguém tem o direito de opinar, porém, nas negociatas, sim! Durante o governo Castelo Branco, este demitiu um irmão que se meteu em falcatruas. Isso prova que existem Nordestinos e nordestinos.
Lula custa caro ao Brasil por continuar a política de FHC, de remeter farto dinheiro aos terroristas do “messetê”, para que continuem o esbulho no campo, o assalto de caminhões nas estradas, a invasão de prédios públicos. Lula é o próprio “messetê”, na medida que coloca o boné de Pedro Stédile na cabeça, em pleno Palácio do Planalto.
Lula custa caro ao Brasil por não coibir o uso abusivo dos cartões de crédito corporativos, já na mira do TCU.
Lula custa caro ao Brasil por forrar as despensas de seus palácios com comida e bebida que daria para alimentar um batalhão.
Lula custa caro ao Brasil porque o País não cresce, é o último das Américas, somente sobrepujando o Haiti, que está falido, depois de uma guerra civil cruenta.
Lula custa caro ao Brasil por ter reconhecido a China como uma “economia de mercado”. Com o dólar barato, sapatos, roupas, tecidos, eletroeletrônicos e quinquilharias diversas invadiram nosso País, ocasionando a quebradeira de muitas indústrias nacionais. No debate da Band, Lula disse que o comércio com a China é favorável ao Brasil. Isso é só verdade no papel, porque o contrabando não é contabilizado pelo Tesouro Nacional.
Feliz foi a Índia, que tinha três magnatas para sustentar a pobreza de Gandhi. Infeliz é o Brasil, que precisa financiar Lula, Lulinha, os “40 ladrões” denunciados pelo Procurador-Geral da República e a “companheirada” enquistada no Estado brasileiro, muitos deles operando “mensalões”, "valeriodutos" e dossiês de todos os tipos contra os adversários políticos.
(*) JOHNSON, Paul. "Tempos Modernos - O mundo dos anos 20 aos 80". Biblioteca do Exército e Instituto Liberal, Rio de Janeiro, 1994.