Lula neoliberal: a piada da semana

Lula neoliberal: a piada da semana!

Félix Maier

Lula neoliberal: boa piada! Um governo que centraliza cada vez mais o poder, um governo que cria cada vez mais impostos, um governo que tem cada vez mais a cara de um regime fascista, com a co-optação de todos os setores da sociedade (empresariado, sindicatos, Igrejas, ONGs, MST, etc.), jamais poderá ser tachado de liberal, neoliberal ou novíssimo liberal. O governo Lula não passa de um sistema econômico comunofascista, com um pé no patrimonialismo de Mussolini, outro no paternalismo stalinista das bolsas disso, bolsas daquilo.

Um governo efetivamente liberal nunca existiu no mundo, e nunca existirá, pois basta uma sumidade acadêmica do liberalismo assumir o poder ou algum ministério econômico para se mostrar o mais ardoroso estatólatra. O Estado dá poder, daí o fato de os governantes quererem cada vez mais poder ainda. O que o liberalismo tem de bom em sua filosofia, e que serve de bússola para qualquer governo sério, são as condições básicas para que a economia cresça sem sobressaltos: livre empreendorismo, livre mercado, liberdade de expressão, liberdade religiosa. Ou seja: o velho e bom capitalismo.

Em um governo liberal, o chefe de Estado e de Governo tem por obrigação expandir os sistemas de Educação, Saúde e Segurança, de modo que toda a população se beneficie desses serviços. A produção fica para o empresariado, que produz muito melhor e com muito mais eficiência do que qualquer governo, onde os postos-chaves das estatais são preenchidos por cupinchas, não por técnicos. É o caso brasileiro da Petrobrás, BNDES, Correios, Banco do Brasil e outras empresas do Governo.

Lula neoliberal: a piada da semana!

(Félix Maier, em comentário a respeito do artigo "O neoliberalismo do governo Lula", de autoria de Antônio Júlio de Menezes Neto - veja texto abaixo).

***

O neo-neoliberalismo do governo Lula

Antônio Júlio de Menezes Neto

O governo petista sempre aponta, com toda razão, que o governo tucano era neoliberal, pois privatizou diversas empresas estatais. Estas denúncias são importantes, pois apontam a ideologia presente na idéia privatizante, qual seja, a da superioridade da esfera privada em detrimento da pública.

A idéia neoliberal ganhou força nos anos 70, um período de crise do capitalismo, no qual os empresários começaram a questionar os impostos que pagavam, dizendo ser o Estado ineficiente para gerir estes recursos. Questionaram, principalmente, os gastos sociais, como a previdência pública; diziam que, se o dinheiro ficasse com a iniciativa privada, eles seriam mais competentes na gestão econômica. Propuseram o desmanche do Estado de bem-estar social-democrata.

Assim, com o apoio de governos como Reagan e Margareth Thatcher, a nova ideologia ganhou o mundo e, especificamente, países como o Brasil. Collor iniciou este período e Fernando Henrique deu continuidade. Quando Lula assumiu, esperava- se, no mínimo, uma auditoria das privatizações. Mas, para surpresa, o governo não tomou nenhuma atitude, apesar de continuar denunciando as privatizações de FHC no palanque eleitoral.

Mas é importante relembrar que o único argumento que o governo Lula usou para dizer que não era neoliberal era o de que não havia privatizado as empresas que os tucanos também não privatizaram (Petrobras, Banco do Brasil, Correios etc.). E, para surpresa ainda maior, o governo Lula continuou com privatizações, sob outros nomes, como Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Pro-Uni, Parcerias Público-Privadas (PPP). Deve ser um neo-neoliberalismo. Vejamos estes exemplos:

1) Privatização do ensino superior: ao invés de investir no ensino superior público, preferiu beneficiar as escolas particulares, através do Pro-Uni. Esta política visou "ajudar" as faculdades particulares, através de troca fiscal por vagas, muitas vezes em escolas de duvidosa qualidade. Alguns estudos mostram que, com os recursos do Pro-Uni, poderiam ser abertas mais vagas no ensino público do que nas privadas.

2) Parcerias Público-Privadas: o projeto do governo federal propõe a criação de PPPs, começando com a privatização de nossas estradas.

3) Privatização de florestas: o governo passa a permitir a concessão de florestas públicas para manejo privado. Assim, o governo defende a superioridade da gestão florestal privada sobre a pública. Os riscos são evidentes, pois podemos ceder riquíssimos recursos naturais a empresas privadas, inclusive para multinacionais.

4) Reforma agrária de mercado: o governo tucano privatizou a reforma agrária através da compra de terras (Banco da Terra) pelo governo com empréstimos realizados junto ao Bird. O governo Lula continuou com a mesma lógica política, só que agora com o nome de "Consolidação da Agricultura Familiar". Planeja oferecer financiamento público para os sem-terra para a compra de terras privadas.

Os exemplos são muitos. Assim, o governo Lula necessita assumir, publicamente, sua nova face: a de neo-neoliberal