De olho nas ONGs internacionais
Eu sou meio cabreiro com essas ONGs (Organização não-governamentais), principalmente as internacionais que se instalam no Brasil, com o objetivo de nos “ajudar” a “resolver” nossos problemas e nos “fazer ver” o que na visão deles não enxergamos. Eu não acredito em almoço de graça, muito menos quando essa benesse nos vem por mãos estrangeiras. Eles dão uma coisa, mas querem dez, trazem a água, mas querem a feijoada. É gente, como diria o “velho Galvão”, (meu saudoso pai) que “não prega prego sem estopa”.
Pois há dias eu li em uma reportagem deslumbrada sobre as atividades dessas ONGs no Brasil. As conclusões que me permiti tirar foram de arrepiar. Essas bandeiras que eles levantam, de defesa dos direitos humanos, ajuda humanitária e filantropia, é uma balela que só ilude aos ingênuos e aos governos, cegos ou comprometidos. O gozado desse processo é que ninguém se dá pela conta dessa aberração, à qual eu atribuo algumas razões. Ou o povo está cego pelos véus da fantasia que a mídia deita sobre o assunto, ou como tanta gente, já perdeu a capacidade de questionar ou indignar-se. Você consegue entender isso?
Vamos estabelecer um exercício de memória, comparando as duas regiões mais carentes do Brasil. O sertão do Nordeste e a Amazônia. O que temos no Nordeste? As vítimas da seca. Eu morei lá (na Paraíba) por cinco anos, e sei que a seca é uma estratégia dos políticos. Ela poderia ser erradicada ou minorada, mas se fosse, o povo ia evoluir, pensar e se libertar.
O que temos na Amazônia? Os índios e as populações ribeirinhas. Quantas são as vítimas da seca? 10 milhões de indivíduos. Quantos são os índios da Amazônia? 230 mil. Quanto aos famintos: Vítimas da seca? Sim! Índios da Amazônia? Não! Passam sede? Vítimas da seca? Sim! Índios da Amazônia? Não! Subnutrição? Vítimas da seca? Sim! Índios da Amazônia? Não! Agora vamos a outro dado. Sabem quantas são as ONGs estrangeiras “ajudando”? Às vítimas da seca? Nenhuma! Aos Índios da Amazônia, 350. Não quero dizer que nossos índios, há séculos abandonados, não precisem de ajuda, mas há coisas que não me descem direito. Que explicação dar a essa preferência maciça pelos índios?
A Amazônia tem ouro, nióbio, petróleo, madeira, as maiores jazidas de manganês e ferro do mundo, diamante, esmeraldas, rubis, cobre, zinco, prata, a maior biodiversidade do planeta (o que pode gerar grandes lucros aos laboratórios estrangeiros) e outras inúmeras riquezas que somam 14 trilhões de dólares. O semiárido do Nordeste não tem tanta riqueza, por isso lá não há ONGs estrangeiras apoiando os famintos.
Tente entender: Há mais ONGs estrangeiras indigenistas e ambientalistas na Amazônia brasileira do que em todo o continente africano, que sofre com a fome, a sede, as guerras civis, as epidemias de AIDS e Ebola, os massacres e as minas terrestres.
Agora uma pergunta deste cronista chato: Você não acha isso, no mínimo, muito suspeito? Estude o assunto; debata com seu círculo de influência; denuncie; encha o saco do deputado que você elegeu.